São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996
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Brinquedos em madeira têm novo status

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

Os brinquedos da empresas suíça Naef e da francesa Vilac ganharam representação exclusiva no Brasil por meio da Harrepio, das empresárias Dulce Horta Vainer e Vivien von Siegert.
Até aí nada de mais, já que, com o relaxamento dos mecanismos de importação, brinquedos americanos, japoneses e europeus não faltam na cidade. Mas esses brinquedos suíços e franceses não são como os demais.
Primeiro porque são produzidos exclusivamente em madeira, sem qualquer interferência de plásticos, metais, molas ou mecanismos eletrônicos. Segundo, porque eles duram além do próximo anúncio de televisão. Terceiro, porque reúnem os conceitos artes plásticas e design.
Normalmente, esses dois conceitos são motivos de briga e discussão entre adultos, mas nos brinquedos da Naef e da Vilac -e nas mãos das crianças- eles ganham leituras mais lúdicas.
"São brinquedos experimentais, que darão um ar novo para a criança que se vê obrigada a comprar tudo o que vê na TV. Com eles, a criança muda de brincadeira, mas não muda de brinquedo", diz a sócia Dulce.
Esses brinquedos franceses e suíços ainda ensinam as crianças a lidar com o conceito do erro e do imprevisível. Nem tudo precisa dar certo ou sair como o planejado. A criança passa a seguir mais sua criatividade e não o manual de instruções.
Franceses
A Vilac, por exemplo, pegou os grafites de Keith Haring e transformou-os em cavalinhos de balanço, dominós, peões, livros de colorir e quebra-cabeças.
Também produz minúsculos carrinhos, cofrinhos, mordedores, chocalhos, jogos de boliche, que atendem de crianças de apenas alguns meses de vida até pré-adolescentes.
"Por ser orgânica, a madeira é mais aconchegante e possui um calor que o plástico não tem. Os brinquedos ficam mais anatômicos e harmoniosos. Mesmo o barulho que produzem não é agressivo", diz Dulce.
Suíços
Para a Naef, designers como Peer Clahsen, Ulrich Namislow, Jo Niemeyer e Albert Ernst criaram cubos de montar que remetem ao cromatismo construtivista de Jesús Soto, ao monocromatismo de Yves Klein, ao neoplasticismo de Piet Mondrian ao abstracionismo cromático de Giacomo Balla ou às dobraduras japonesas.
No cubo de montar "Cella", de Peer Clahsen, por exemplo, é possível entrever a tela "Solidità della Nebbia", de Luigi Russolo.
Com o cubo "Modulon", de Jo Niemeyer, é possível montar "Composição em Vermelho, Amarelo e Azul", de Mondrian. Produz ainda quebra-cabeças, jogos de varetas e caleidoscópios.

Os produtos Naef e Vilac podem ser encontrados na Interdesign (tel. 011/852-9896) e Soldadinho de Chumbo (tel. 011/257-1080). Para revenda, contatar Harrepio (tel. 011/255-3068)

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