São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 1996
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BNDES emprestou R$ 184 milhões à CSN

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Menos de duas semanas antes de gastar cerca de R$ 160 milhões para comprar ações da Light em leilão promovido pelo BNDES, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) conseguiu suplementação de empréstimo de R$ 184 milhões, junto ao próprio banco oficial.
A CSN nega que tenha utilizado este dinheiro na operação de privatização da Light. A siderúrgica afirma que tinha R$ 290 milhões destinados ao leilão da Light e tem R$ 500 milhões em caixa.
Portanto, não precisaria da verba do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para participar do leilão.
A empresa siderúrgica conquistou participação de 7,25% na Light e faz parte do novo conselho de administração da empresa, liderado pela francesa EDF (Électricité de France) e as norte-americanas Houston Industries Energy e AES Corporation.
Segundo o BNDES, a suplementação pode ser usada em qualquer dos 39 projetos contemplados no empréstimo original de R$ 549 milhões, assinado em setembro do ano passado. O empréstimo começou a ser liberado em novembro.
A CSN diz que pediu empréstimos ao BNDES de R$ 1,1 bilhão para os próximos cinco anos e que a primeira etapa dos empréstimos foi a assinada em setembro.
Os empréstimos, segundo a CSN, destinam-se a fins diversos, como capital de giro, novos projetos, planos de investimentos na siderúrgica e projetos ambientais.
O BNDES informou que o principal projeto é para modernização da aciaria (usina para produzir aço), ao custo de R$ 225,5 milhões.
O objetivo é aumentar a capacidade de produção de aço de 4,6 milhões de toneladas/ano para 5,1 milhões de toneladas/ano. O padrão do aço deve melhorar.
Outro projeto, com custo de R$ 97,2 milhões, visa reduzir os custos da produção de gusa e aumentar a capacidade de produção de 4,4 milhões de toneladas/ano para 5 milhões de toneladas/ano.
Negociações
O presidente do Conselho de Administração da CSN, Benjamin Steinbruch, do grupo Vicunha, disse que as negociações para definir a diretoria da nova Light devem começar até o fim da semana.
Steinbruch confirmou que o presidente da Light será um brasileiro e que a operação será dividida entre a EDF e as empresas dos EUA.
Ele disse ainda que a CSN, hoje a maior cliente da Light, deve ficar auto-suficiente em energia em 99.

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