São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Discurso de presidente decepciona empresários
ANTONIO CARLOS SEIDL
Evitando a palavra frustração, o senador Fernando Bezerra, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), disse compreender que o presidente da República não poderia receber um documento e atender de imediato os anseios dos empresários. "Esperamos que uma análise mais detida de tudo isso venha na direção de ações mais objetivas e mais rápidas", afirmou. Já Mario Bernardini, vice-presidente do Sindimaq/Abimaq -a associação dos fabricantes de máquinas e equipamentos-, disse que o discurso "mostra um total alheamento da realidade". Bernardini disse não entender da onde FHC tirou a informação de que a indústria cresceu 3% no primeiro trimestre deste ano. "O que me preocupa não é o número, é a leitura alienada da realidade, é que ele está convencido de que a indústria está indo bem e que somente meia dúzia de fracassomaníacos criticam o plano." Juros escorchantes Armando de Queiroz Monteiro Neto, presidente da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), fez um reparo ao pronunciamento do presidente. "Ao pedir a ajuda do setor privado, ele falou como se já não estivéssemos prestando uma colaboração muito efetiva ao processo de estabilização, que é termos suportado e sobrevivido a essas taxas de juros escorchantes", afirmou. Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (Federação Brasileira dos Distribuidores dos Veículos Automotores), se disse "perplexo" com a visão de FHC de que os juros estão sendo reduzidos para quem empresta ao bancos. "Ele não reconheceu que os juros na ponta estão altíssimos e causando inadimplência", disse. Durante as exposições de sete empresários no encontro, a palavra mais usada foi "pressa" -na aprovação das reformas constitucionais, como a reforma tributária, e na adoção de medidas para a redução da taxa de juros. Texto Anterior: Desafio é crescer sem volta da inflação Próximo Texto: REPERCUSSÃO Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |