São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 1996
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TRT julga abusiva greve de ônibus do ABCD

CLAUDIA VARELLA
FÁBIO ZANINI

CLAUDIA VARELLA; FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

Tribunal concedeu reajuste salarial (16%) e no vale-refeição e manteve a jornada de 40 horas semanais, exigindo a volta ao trabalho

O Tribunal Regional do Trabalho considerou ontem abusiva a greve dos motoristas e cobradores de ônibus do ABCD. Ontem foi o segundo dia da greve da categoria.
O TRT determinou o não-pagamento dos dias parados e concedeu estabilidade de 90 dias condicionada ao retorno ao trabalho.
O TRT determinou ainda multa de R$ 100 mil por dia se o sindicato não colocar a frota na rua a partir de hoje. A multa não é retroativa aos dois dias de paralisação.
Os empresários queriam aumentar a jornada de 40 para 44 horas semanais. Segundo a assessoria do TRT, as duas partes podem recorrer da sentença ao TST.
Confusão Às 19h, um grupo de 50 grevistas interceptou, na rua Santo André, um ônibus da Viação Padroeira, que estava furando a greve, obrigou o motorista a descer e ameaçou entrar, mas desistiu quando o motorista sacou um revólver.
Os grevistas, então, começaram a atirar pedras e tijolos, quebrando alguns vidros. O motorista não atirou. Dois policiais militares chegaram para dispersar o grupo.
Na confusão, os manifestantes quebraram ainda outro vidro do ônibus. Os estilhaços atingiram um dos policiais na testa, sem gravidade. Ninguém foi preso.
A categoria decidiria o destino do movimento em assembléia após o julgamento. Até 19h20, a assembléia não havia começado
Adesão
O segundo dia de greve teve a adesão de quase 100% dos trabalhadores, de acordo com os dois sindicatos (da categoria e patronal).
São atendidos 874 mil usuários por dia na região. Anteontem, a paralisação foi total.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do ABC, Clodovil Cruz, 41, disse que quatro ônibus da Viação Padroeira do Brasil, em Santo André, chegaram a circular.
Segundo a proprietária da empresa, Assunta Romano Pedroso, 15 dos 59 ônibus trabalharam durante todo o dia. "Colocamos seguranças da própria viação dentro dos veículos para garantir a segurança dos funcionários e passageiros." Ela não soube dizer quantos seguranças foram usados.

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