São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 1996 |
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Vialli se despede do time
RICARDO SETYON
* Folha - Todos os jogadores correram para abraçá-lo após os pênaltis que decidiram o jogo. Por quê? Vialli - Eles sabiam, como eu, de que mesmo com a vitória esta seria minha última partida com a camisa da Juventus. Folha - Foi por esta razão que você deu a volta olímpica sozinho? Vialli - Exato. Eles me disseram que esta vitória era minha e me agradeceram. Assim como os jogadores, o público também quis dizer seu "obrigado". Folha - Uma das faixas abertas pela torcida no final da partida dizia: "Vialli, este título é teu". Você sentiu isto também? Vialli - Dei tudo que tinha para este clube. Acho que deveria ficar mais um ou dois anos. Há pessoas que discordam disto. Mas, receber o carinho da dezena de milhares de pessoas no momento que estou triste, por deixar a Itália e por não ter sido convocado para a Olimpíada e nem para a Eurocopa, foi muito importante. Folha - Você vai deixar a Itália? Vialli - Sim. Hoje deverei decidir se vou assinar com o Chelsea da Inglaterra, onde joga meu amigo Gullit, ou com o Glasgow Rangers, da Escócia. Folha - Como você acha que a Juventus conseguiu vencer o Ajax, que é temido por todos? Vialli - Não só vencemos o jogo como também dominamos a partida. Não esperava tanta violência por parte deles. Sem dúvida alguma, o Ajax é uma equipe excelente, mas basta pressioná-los, matar as jogadas deles e, principalmente, deixá-los nervosos. Assim, metade do caminho está feito. Estudamos muito o Ajax. Se houve um momento onde entendemos que poderíamos vencê-los, foi durante o dia em que assistimos à fita de vídeo de Ajax e Grêmio, pela final do interclubes de 1995. Mesmo sem jogar bem, os brasileiros dominaram o Ajax e trouxeram sempre perigo à defesa holandesa. Texto Anterior: Ajax; Juventus Próximo Texto: Batucada 'empurra' os italianos ao título Índice |
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