São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 1996
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Bomba mata 22 no interior da Índia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma bomba matou ontem 22 pessoas em um ônibus que viajava pelo interior da Índia. Foi o segundo atentado no país em dois dias.
A explosão destruiu o teto do ônibus estatal que viajava de Agra, onde fica o Taj Mahal (um dos principais pontos turísticos do país), para Bikaner, no deserto. A bomba explodiu próximo à cidade de Mahua, no Estado do Rajastão.
A explosão ocorreu às 15h (6h30 em Brasília). Não havia informações sobre a existência de estrangeiros no ônibus, que levava cerca de 50 pessoas.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado, mas a polícia indiana suspeita de separatistas do Estado de Jammu e Caxemira.
Militantes separatistas da religião sikh também são suspeitos. Eles querem a independência do Estado de Punjab, vizinho ao local onde explodiu a bomba.
Anteontem, a explosão de um carro-bomba em um mercado de Nova Déli deixou pelo menos 13 mortos e 38 feridos, segundo o cômputo oficial. Informações não-oficiais indicam a morte de 28 pessoas. Dois grupos separatistas do Estado de Jammu e Caxemira reivindicaram o atentado.
Os separatistas são islâmicos, e a maioria da população indiana é hindu. Eles querem que Jammu e Caxemira seja entregue ao Paquistão (país islâmico), que já domina parte da região.
Não havia indícios de ligação entre as duas explosões.
Jammu e Caxemira promove hoje e no próximo dia 30 as eleições para o Parlamento central indiano.
Além da possível relação com as eleições, que pouco mudarão o panorama do Parlamento indiano, as bombas também podem ter relação com a formação do novo governo, liderado pelos nacionalistas hindus do Bharatiya Janata (BJP).
O BJP conseguiu 194 cadeiras de um total de 545 (9 são de Jammu e Caxemira) e tentará obter um voto de confiança até o dia 31.
O partido deve perder o voto, a não ser que haja racha na oposição. Ontem, os nacionalistas aceitaram um nome da oposição para a presidência da Câmara.

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