São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996 |
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CNI vê 'afronta' do Congresso Líder da caravana critica deputados FERNANDO CANZIAN
Leia entrevista à Folha: * Folha - Foi uma provocação do Congresso derrotar o governo na Previdência no mesmo dia em que 3.000 empresários pediam reformas? Fernado Bezerra - Foi um episódio vergonhoso, lamentável. Uma afronta. Revelou uma falta de sensibilidade sem tamanho dos deputados. Não são os empresários que perdem. É a sociedade. Folha - O sr. quer mudar as regras do Congresso para acelerar as reformas. É casuísmo? Bezerra - Não queremos dar ordens ao Congresso. Mas, se os mecanismos existentes entravam tudo, é preciso modificá-los. Como está, não dá. Folha - Mas o problema está nos regimentos ou é político? Bezerra - As duas coisas. Não estou atacando a ética de ninguém, mas é muita decepção para a sociedade. É extremamente lamentável a forma como votações têm sido conduzidas pelos deputados. Folha - Os empresários vão agir? Bezerra - Na nossa área, já escolhemos 125 projetos que terão as votações acompanhadas de perto no Congresso pela CNI. Todos envolvem a redução do "custo Brasil". Folha - Os senhores vão cobrar os deputados que receberam, legalmente, contribuições da indústria para suas campanhas? É isso? Bezerra -Nos achamos no direito. Não para impor ou desrespeitar os limites éticos, mas para fazer com que algo aconteça. Folha - Realisticamente, o sr. acha que o presidente vai atender o pedido de juros menores e de desvalorização do real? Bezerra -Não acho. Sem o ajuste fiscal, não acho. E o desemprego vai aumentar e a crise social, se aprofundar. Se este é o preço do ajuste, aguentaremos mais um tempo. Folha - Até quando? E o prestígio de FHC na indústria? Bezerra - Conforme o tempo passa, e não há soluções, o desgate torna-se inevitável. Texto Anterior: CPMF será tratada depois da Previdência Próximo Texto: 'Pragmático' vê 'feitiço' Índice |
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