São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996
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Operação geladeira; Marca na testa; Ver para crer; Eleições à vista; Revisionismo pefelista; Erro tático; Cerco à notícia; Sujeito oculto; Sigla alternativa; Pequeno detalhe; Encolhe e estica; Mais uma vez; Pé no freio; Palanque eletrônico; Sopa de estatais; Visita à Folha

Operação geladeira
O Planalto punirá os parlamentares dissidentes, constrangendo-os a deixar seus partidos. E asfixiará seus pedidos franciscanos. Articula ainda acordo entre PFL, PPB e PMDB para que uma legenda governista não abrigue o infiel de outra.

Marca na testa
Os parlamentares infiéis das bancadas do PFL, PMDB e PPB de Rondônia e do Acre serão os primeiros a sofrer os efeitos da "operação geladeira". É questão de honra para o Planalto criar uma bancada dos sem-partido.

Ver para crer
Se não punir os infiéis, FHC acha que ficará desmoralizado. Foi chantageado. Cedeu à custa de forte desgaste. E ainda levou um punhal nas costas. "A face conciliadora de FHC está cansadíssima", afirma um interlocutor recente do presidente.

Eleições à vista
O governo avalia que, indiretamente, a imprensa ajuda no isolamento dos infiéis. Frase ouvida ontem no Planalto: "Quero ver o Congresso manter privilégios e achar que é o governo que ficará mal com a opinião pública".

Revisionismo pefelista
O vice Marco Maciel pedirá uma autocrítica à elite brasileira. "As elites devem repensar o seu papel", dirá, ao receber o título de professor "honoris causa" na Universidade de São Francisco, hoje, em Bragança Paulista (SP).

Erro tático
Mea-culpa palaciano: as pressões fisiológicas aumentaram por conta de uma barbeiragem do próprio governo: anunciou que fecharia o balcão de negócios quando não precisasse mais do quórum de três quintos.

Cerco à notícia
O ministro Francisco Dornelles (Indústria e Comércio) expediu circular interna, condicionando à sua prévia autorização as entrevistas de integrantes do ministério. Acabarão os problemas com a balança comercial.

Sujeito oculto
Régis de Oliveira (PFL-SP) coordenou um grupo de 27 dissidentes na Previdência. Só impôs uma condição: ninguém poderia recuar na hora agá por conta de afagos do Planalto.

Sigla alternativa
Um governista lembra que, se o Planalto não tivesse esnobado os nove votos do PL na Câmara, não teria sido derrotado na Previdência. O partido pode, porém, tentar abrigar os governistas que irão para a geladeira.

Pequeno detalhe
Empresários avaliam que a lei da telefonia celular, aprovada na Câmara, dá a Serjão poder para eventualmente modificar a composição do capital nacional em licitações. Pois esse limite foi fixado em "pelo menos 51%".

Encolhe e estica
O temor de empresários é que, aumentando o percentual de capital nacional em licitações de telefonia celular, Sérgio Motta possa excluir alguns consórcios. A cada edital, poderiam ser estabelecidos percentuais diferentes.

Mais uma vez
Maluf vai perder o sono. Um líder pefelista diz que seu partido é melhor do que Judas: "Trai, mas não beija". Com Serra como candidato, há muita chance de o PFL rever seu apoio a Celso Pitta na campanha paulistana.

Pé no freio
O PT não queria até ontem definir as primeiras linhas de tiro de Erundina na eleição paulistana. Espera a cartada de Serra.

Palanque eletrônico
Mesmo se dizendo reticente sobre a candidatura em São Paulo, Serra abriu ontem uma página pessoal na Internet. O endereço é serra@seplan.gov.br.

Sopa de estatais
Estatística recém-apurada por Reinhold Stephanes: 70 empresas estatais devem R$ 1,6 bi ao INSS. Há outros R$ 500 mi sendo cobrados na Justiça. Daria para pagar um mês de aposentadorias e benefícios da Previdência.

Visita à Folha
O deputado federal Vilmar Rocha (PFL-GO), relator da Lei de Imprensa, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Cláudio Lembo, da Direção Nacional do PFL.

TIROTEIO
Do senador Esperidião Amin (PPB-SC), sobre as derrotas do governo na reforma da Previdência:
- Não custa lembrar ao PFL que o governo comprou, pagou e não levou os votos do Acre.

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