São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996
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Supermercado ensaia virar shopping

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Grandes redes de supermercados descobriram uma maneira fácil de gerar receita extra e ao mesmo tempo oferecer mais serviço ao cliente.
Alugar espaços para o comércio dos mais variados produtos e serviços em suas lojas torna-se uma prática cada vez mais comum.
Tudo começou com lavanderias, chaveiros, sapateiros e outros serviços. Agora já é possível encontrar no supermercado redes como O Boticário e DB Brinquedos.
"Essas lojas de apoio contribuem para a redução do custo e aumento de vendas", diz Firmino Rodrigues Alves, presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados).
O aluguel de uma ponto comercial dentro de um supermercado pode chegar a R$ 4.000 por mês (mais até do que num shopping center). O preço negociado pode também levar em conta a receita gerada pela loja.
O Carrefour foi um dos primeiros a operar com o que chama de galerias comerciais. Terminou o ano passado com 770 pontos instalados em 35 das suas 39 lojas. Ainda neste ano amplia esse número para 840.
A área bruta para locação do Carrefour chega a aproximadamente 46 mil metros quadrados -o tamanho de um shopping center.
O grupo Pão de Açúcar -Extra, Pão de Açúcar, Superbox e Eletro- tem hoje 451 contratos de locação. A expectativa é passar de 500 até o final do ano.
"Temos 200 pessoas na lista de espera para obter espaço em nossas lojas. Registramos cerca de 20 pedidos por semana", diz Caio Mattar, diretor-executivo do grupo Pão de Açúcar.
"Street centers"
Para ele, esses "street centers" (assim como são chamados nos Estados Unidos) propiciam mais serviços ao cliente, o que pode levá-lo mais vezes ao supermercado.
A rede de supermercados Sé também gosta da idéia de alugar espaços para o comércio e serviços em suas lojas. A empresa já tem 60 pontos locados.
Por eles, cobra de R$ 500 a R$ 4.000 mensais. O valor depende do tamanho da loja e do faturamento. Na média recebe R$ 2.000 mensais por comerciante.
"Essas lojas trazem mais consumidores ao supermercado. Enquanto eles compram podem esperar o conserto de um sapato ou fazer cópia de uma chave", diz Leonildo Nardi, diretor de operações.
Ele conta que a disputa por um espaço comercial dentro do supermercado está aumentando significativamente. "Cada espaço é disputado por dez lojistas."
Nas lojas maiores da rede Barateiro também há farmácia, livraria, floricultura, cabeleireiro etc.
"Nós agregamos serviços e eles aproveitam o grande fluxo de pessoas nas lojas diariamente", diz José Augusto Santana, diretor-presidente.

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