São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 1996 |
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Australiano Hole traz a SP seu estilo único de "slide"
SÉRGIO TEIXEIRA JR.
Todos os outros guitarristas do planeta colocam o tubinho de vidro ou metal, que desliza sobre as cordas nos dedos mínimo ou anular, e a mão sob o instrumento. É assim mesmo, "ao contrário", que ele vai tocar na próxima quinta no Palace, na segunda noite do festival Nescafé & Blues. Hole, 48, tem tudo para ser "o" estranho no mundo do blues. Passou os primeiros 20 anos de sua carreira em Perth, Austrália. Em 1990, gravou em apenas três dias seu primeiro CD, "Short Fuse Blues", com dinheiro do próprio bolso -"uns 3.000 dólares australianos, o que dá uns US$ 2.000"-, e mandou uma cópia para a revista "Guitar Player", nos EUA. Recebeu elogios dos críticos e propostas das gravadoras. Fechou com a Alligator, relançou seu primeiro álbum mundialmente, que saiu no Brasil pela Warner, e, desde então, já gravou três outros ("Working Overload", "The Plumber" e "Steel on Steel"). Seu jeito de tocar resulta de um acidente esportivo. Em uma partida de futebol australiano, esporte similar ao rúgbi, Hole quebrou o dedo mínimo da mão esquerda. "Tive de colocar gesso e passei mais de dois meses com ele. Descobri que podia colocar o 'slide' no indicador. Virou um hábito", disse Hole à Folha, por telefone, de sua casa em Perth. Ele vem para os shows do Nescafé & Blues com seus habituais parceiros: o baixista John Wilson e o baterista Al Kash. O show promete. Embora os puristas torçam o nariz, o som que Hole tira da guitarra é empolgante -e, mesmo com a mão virada para baixo, não deixa o slide cair. Texto Anterior: Hammond e Robillard provam que blues de branco é sedutor Próximo Texto: NOITE ILUSTRADA Índice |
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