São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996 |
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Pais vão à Justiça e exigem lista do MEC
LUCIA MARTINS
"Nós entendemos que, se o MEC acha que os livros não prestam, por que permite que os alunos das escolas particulares e de São Paulo usem os livros?", diz Mauro Bueno, presidente da Aipa (Associação Intermunicipal de Pais e Alunos de São Paulo). Bueno afirma que quer entrar com uma ação civil pública contra o MEC exigindo a apresentação da lista. "Temos o direito de saber. É uma informação pública. É o fim do mundo esconder essa lista." Como a lista dos proibidos não foi divulgada, alunos das escolas públicas de São Paulo, Minas Gerais e de todas escolas particulares poderão receber no ano que vem os livros com falhas. Em São Paulo e Minas, os governos estaduais têm autonomia para escolher e comprar os livros que serão usados pela rede estadual. Vai-e-vem Anteontem, o ministro Paulo Renato Souza (Educação) disse que a lista não seria divulgada porque o objetivo da avaliação não era ressaltar os defeitos das obras. Os 339 livros foram reprovados porque apresentavam erros conceituais, preconceito, desatualização, problemas de acabamento ou por serem paradidáticos. Pressionado, ontem o ministro mudou de idéia e afirmou que divulgará a lista na próxima semana (leia texto abaixo). A presidente da Apaesp (Associação de Pais e Alunos do Estado de São Paulo), Hebe Tolosa, também vai entrar com uma representação no Ministério Público (MP) contra o MEC. Além de exigir a lista, Hebe Tolosa afirma que quer que o ministério explique por que a avaliação das obras não foi feita antes do início do ano letivo e diga quem são os responsáveis por isso. "Esse tipo de coisa é muito sério. Se eles pretendiam fazer uma avaliação, tinham de ter feito a tempo de que todos os erros fossem corrigidos, e os livros errados, tirados do mercado. Os pais têm de se sentir lesados por isso." Escolas O diretor do Sieeesp -sindicado das escolas particulares de SP, que representa cerca de 11 mil escolas no Estado-, Lévio Oscar Scattolini, afirma que "a sorte" das escolas particulares é que elas usam poucos livros didáticos. "Ainda bem que a maioria das escolas produz seu próprio material. Mesmo assim, acho que o governo tem a obrigação de tornar pública essa lista." Umile Calasso Sobrinho, vice-presidente e responsável pela parte pedagógica do Grupo (que representa 56 escolas de SP), também criticou a não-divulgação da lista. "Acho que a intenção do governo foi boa, mas, tentando acertar, ele demonstrou seus erros." Próximo Texto: FRASES Índice |
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