São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Veja como achar dados oficiais na rede

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Como saber qual é a população do Brasil hoje, as últimas estatísticas sobre desemprego ou ainda quantos brasileiros morreram de Aids em 95? Todas essas informações estão em páginas do governo na Internet. A questão é achá-las.
A presença estatal brasileira na rede mundial de computadores é marcada pela discrepância. A maioria das páginas oficiais é pouco informativa. Só uma minoria conjuga utilidade, apresentação agradável e fácil acesso aos dados.
Em comum, as páginas (como são chamadas as imagens que aparecem na tela do computador quando se entra em um dos endereços virtuais da Internet) apresentam uma tendência à descrição burocrática das funções do órgão.
É moda entre os ministérios limitar-se a informar o internauta sobre quem são o ministro e seus assessores, quais suas atribuições e listar os órgão subordinados. Só.
Há poucas exceções. No Ministério da Fazenda (veja endereços na página ao lado), por exemplo, é possível ler um detalhado estudo com a visão oficial sobre os 22 primeiros meses do real. Ou ainda ter acesso a dados sobre a arrecadação de impostos (Receita Federal) e gastos públicos (Tesouro).
Subordinado à Fazenda, o Banco Central tem a mais completa coleção de tabelas sobre política monetária nacional disponível na rede. Há várias séries históricas sobre a dívida pública e as reservas internacionais do Brasil.
Em contraste com as estatísticas sociais, uma raridade entre as páginas oficiais brasileiras, sobram dados e análises econômicas. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é um exemplo.
Na sua página há interpretações recheadas de dados atualizados sobre a conjuntura nacional e o panorama mundial, além de, por exemplo, uma análise das perspectivas do mercado de trabalho.
Também subordinado ao Ministério do Planejamento, o BNDES é outro "site" oficial especializado em informações econômicas.
O IBGE (Fundação Instituto Nacional de Economia e Estatística) está numa zona de transição. É um caso raro de conjugação de dados econômicos e sociais.
Todos os dados sobre o Censo de 91 e as PNADs (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar) de 92 e 93 estão lá. Isso permite ao interessado achar dados tão díspares quanto grau de pobreza, condição da mulher e número de aparelhos de TV por casa e por região.
Não é por acaso que, com 30 mil visitantes desde que foi criada, a página do IBGE é talvez a mais popular entre as do governo federal.
Ainda na área social, dois ministérios com informações úteis em suas páginas são o da Saúde e o da Previdência Social.
O primeiro dispõe, nos "sites" da Fundação Nacional de Saúde e do Datasus, estatísticas sobre mortes e internações. É possível saber, por exemplo, quantos casos de dengue foram registrados no Rio de Janeiro em 94.
A página da Previdência também oferece estatísticas, mas seu ponto forte é outro: explicações didáticas sobre quem tem direito a benefícios, pensões e aposentadorias.
Tão comum quanto informações econômicas, são as informações comerciais. Em geral, são páginas voltadas a empresários e investidores. Casos típicos são a Embratur, que tem até uma bolsa de negócios em turismo, e o Itamaraty, especializado em Mercosul.
Para acompanhar processos no STF, o melhor meio é usar o banco de dados da Procuradoria Geral da República. Se o interesse for jurisprudência trabalhista, o endereço é o do TRT da 10ª região.
Para ler os últimos discursos e pronunciamento do presidente Fernando Henrique no rádio, o único jeito é visitar a página da Radiobrás. A página da Presidência na Internet não informa nada.

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