São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Restaurantes reduzem preços em até 25%
FÁTIMA FERNANDES
A exemplo de alguns shoppings paulistas, The Place e Esplanada Grill, localizados nos Jardins, começam agora a cobrar -R$ 6, por tempo indeterminado- o estacionamento dos veículos. Em consequência, eles conseguiram diminuir de 8% a 15% os seus custos. Isso possibilitou a redução dos preços dos pratos e o aumento de até 60% no movimento. A diretoria do The Place vem tentando cortar os preços dos pratos há sete meses e concluiu que, com a cobrança do estacionamento, poderia mantê-los até 30% mais baixos do que os do final do ano passado. O custo com estacionamento participava com 6% a 7% no faturamento mensal do restaurante. "Os clientes entenderam que não é justo incluir no preço do prato o custo com estacionamento, já que nem todos vêm ao restaurante de carro", diz Eduardo Inácio, sócio-proprietário do The Place. O corte nos custos, conta ele, possibilitou ao The Place manter a promoção mais procurada pelo cliente. Por R$ 29 a pessoa tem direito ao couvert, bufê de saladas, carnes (picanha fatiada, truta ou contrafilé argentino), acompanhamento (arroz, farofa, fritas etc.), sobremesa e vinho importado. "Só a picanha fatiada chegou a custar R$ 36 no final do ano passado", diz Inácio. Com a queda nos preços, assegura, o movimento no restaurante aumentou 60%. "O cliente que gastava cerca de R$ 45 come agora por R$ 32." O Esplanada Grill passou a cobrar estacionamento do cliente neste mês. Com isso, conseguiu cortar 8% de seu custo. "O gasto médio por pessoa caiu de R$ 50 para R$ 32", diz Marco Palhão, gerente. O movimento no restaurante, conta ele, aumentou 10% neste mês, em relação a abril. A estratégia dos restaurantes é tentar cortar mais ainda os preços para manter o movimento. O Rubaiyat ainda não cobra estacionamento e tenta manter uma promoção parecida com a do The Place, que sai por R$ 29,50, para atrair a clientela. "Vamos aguardar um pouco. O número de clientes neste mês está 15% abaixo do ano passado", afirmou Belarmino Iglesias Filho, sócio-proprietário. Nos seus cálculos, o Rubaiyat, que tem três restaurantes, deve faturar neste ano entre 35% e 40% menos do que no ano passado. Ele conta que os custos de restaurante estão subindo, mas é difícil repassá-los aos preços por causa da queda no movimento. "Está difícil ganhar dinheiro. Nosso restaurante em Buenos Aires, na Argentina, nos possibilita obter lucro líquido de 8% a 10% sobre o faturamento." Assim como o Rubaiyat, o Rodeio decidiu não cobrar estacionamento do cliente. "Parece uma atitude antipática", diz Silvia Macedo, sócia-proprietária. Texto Anterior: Pesquisador quer estímulo à urbanização Próximo Texto: Manobrista deixa de receber gorjetas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |