São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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DEPOIMENTO

"Namoro há sete anos um homem muito complicado. Quando brigamos, ele me deixa de castigo e não atende o telefone. Por exemplo: combinamos de passar o último réveillon lá em casa, e até a última hora do dia 31 ele não atendeu o telefone.
Achei que ele não viria mais, mas acabou me atendendo bem tarde -eu já tinha preparado o pernil, o bacalhau, a maior agonia. Ele explicou que na véspera nós tínhamos brigado (não me lembro) e ele resolveu me perdoar.
Nos últimos tempos ficamos uma semana sem nos falar, e eu resolvi que não ligo mais.
Só nos falamos quando ele liga. Agora, por exemplo, que estou dando esta entrevista, é bem possível que esteja ligando. Sabe o que vou dizer? Que era para minha filha. Se disser que era para mim, ele me deixa de castigo de novo.
Acho que as mulheres são mesmo doentes por causa de um telefone.
Se tem romance na história, então, piora. Tenho uma amiga que mantém dois telefones celulares, um só para recados. Você conhece alguma mulher que entre em casa e não pergunte: 'Alguém me ligou?"'

Luciana Procópio, 38, é psicóloga.

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