São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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a pílula da ereção

PATRÍCIA DECIA

Uma nova esperança para os homens com problemas sexuais está em teste nos Estados Unidos. Trata-se de uma pílula que melhora a potência e vem proporcionando melhores ereções em 89% dos homens que tomaram o medicamento até agora.
O urologista Tom Lue, 48, da Universidade da Califórnia, afirma que a droga é eficaz para 50% dos homens com dificuldades em manter uma ereção. Suas principais vantagens são a facilidade e a rapidez do uso e os quase inexistentes efeitos colaterais. A droga, chamada por enquanto de UK-92480, funciona bloqueando a enzima phosphodiesterase tipo cinco, responsável pelo relaxamento do pênis.
"Ao bloquear essa enzima, a ereção é quase instantânea", explica. Segundo ele, a pílula deve ser tomada cerca de uma hora antes da relação sexual para se conseguir o efeito desejado.
Até agora, os únicos efeitos colaterais verificados foram dores de cabeça e enjôos. "São efeitos colaterais muito amenos, nada realmente preocupante", diz o médico.
Mas o remédio só foi testado em homens saudáveis. Ainda não se sabe se a incidência de alguma doença crônica pode impedir o uso da pílula. "Essa é a segunda fase dos testes", diz.
O remédio foi descoberto quase que acidentalmente pois, na verdade, era destinado a problemas no coração. "Descobrimos que não tinha efeito nenhum sobre o coração, mas era supereficiente para a questão da potência sexual."
Segundo Lue, 99% dos homens com disfunções dessa ordem podem ser tratados atualmente. As outras opções são a injeção (que é pouco aceita devido ao desconforto do tratamento) ou o implante, nos casos em que o músculo está muito comprometido.
Nos Estados Unidos, o UK-92480 ainda deve demorar pelo menos dois anos para ser lançado comercialmente, devido à rigorosidade do FDA (Food and Drug Administration), órgão responsável pela liberação de medicamentos.
"No Brasil, acredito que será lançado em menos de um ano", diz Lue, que já esteve no país em congressos médicos. "Mas os homens brasileiros não precisam desse tipo de remédio. As mulheres do seu país são muito bonitas" (risos).
Patricia Decia

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