São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996
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Consciência e faro

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- O PFL pauta as suas atitudes, não pelos cargos que ocupa, mas pela consciência... daquilo que é melhor.
Nem o presidente regional do PFL, o demitido Antônio Cabrera, conseguiu dizer na Globo que o PFL se pauta pela consciência, ponto.
O currículo do PFL foi o argumento usado seguidamente, ontem na televisão, para sustentar por que não vai longe a crise com o PSDB.
Não vai até Brasília.
Se chegou ao rompimento em São Paulo, deve-se ao que a Bandeirantes, por exemplo, descreveu como "faro" para o poder:
- O PFL sente de longe o cheiro.
No caso estadual, sentiu o cheiro do poder nas melhores condições ofertadas por Paulo Maluf, para ter o horário eleitoral pefelista.
No caso federal, como observou a CNT, FHC ainda tem muito tempo, dois anos e meio, de poder.
(Por via das dúvidas, sempre bombeiro, o Jornal Nacional tratou de mostrar Mário Covas, Cabrera e até ACM dizendo que a aliança federal está intacta.)
Mário Covas e os tucanos ainda nem encontraram candidato e os malufistas estão em campanha, no horário gratuito.
Por proibido que seja.
Ontem o programa do PPB foi de apresentação de Celso Pitta por Paulo Maluf.
Em discurso medido, talvez para evitar problemas com a Justiça Eleitoral, o prefeito anunciou o seu escolhido e abriu caminho para que ele servisse de âncora o resto do tempo.
Cada programa, do leite ao famigerado PAS, passando pelo glorioso -mas de números cada vez mais questionáveis- Projeto Cingapura, foi tratado com sendo, não obra de Paulo Maluf, mas de Celso Pitta.
Nas palavras do prefeito, é quem esteve por trás de tudo, nas finanças.
Explica-se tal confiança.

E-mail nelsonsa@folha.com.br

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