São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996
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Aliança com PPB é transitória, diz Bornhausen

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na tentativa de "esfriar" os ânimos entre o PFL e o PSDB, o presidente pefelista, Jorge Bornhausen, afirmou ontem que a aliança fechada com o PPB em São Paulo ficará restrita a este ano.
Segundo ele, não há interesse da Executiva Nacional do PFL de fortalecer os planos políticos do prefeito paulistano Paulo Maluf (PPB), que deseja concorrer à Presidência da República em 1998.
Para Bornhausen, o partido continua fiel ao presidente Fernando Henrique Cardoso e ao projeto de reeleição do tucano.
"Se o comportamento do PFL paulista ficar limitado a 96, tudo bem. Mas, se extrapolar isso, haverá problemas", disse. "Não há razão para se misturar 96 com 98."
São Paulo
O pefelista afirmou ainda que a decisão do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), de demitir os secretários do PFL, não afetará "em nada" o relacionamento nacional dos dois partidos.
"O governador tem toda a liberdade de nomear seu secretariado", disse. "E o poder de nomear é também o poder de demitir."
Segundo o presidente do PFL, o partido deixou claro sua intenção de investir no projeto de reeleição de FHC ao apresentar um projeto de lei para a realização de um plebiscito na tentativa de forçar a aprovação da emenda constitucional no Congresso.
"Essa é a maneira mais fácil. Qual o Congresso que vai votar contra uma decisão popular?", perguntou Bornhausen. Segundo o projeto, o plebiscito seria realizado no mesmo dia das eleições municipais, em 3 de outubro.
Reeleição
Mas o próprio pefelista não nega que há pouco tempo hábil para aprovar o projeto até essa data. "Caso isso aconteça, poderemos realizar o plebiscito em 3 de outubro de 97", disse. Para ele, só se não houver reeleição é que o PFL poderá pensar em lançar candidato próprio para a sucessão de FHC.
"A aliança é de quatro anos e será automaticamente renovada por mais quatro anos se houver a reeleição. Caso não haja, aí o PFL poderá lançar candidato próprio."
O PSDB, por sua vez, permanece desconfiado das intenções pefelistas. "Queremos acreditar que houve boa fé e que, talvez, tenha falhado a articulação do PFL nacional em São Paulo", disse o secretário-geral tucano, deputado Arthur Virgílio (AM). "Mas essa convicção não é total", afirmou.

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