São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996
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Lelouch retoma sua história de amor, como farsa

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Continuações podem ser uma falsa boa idéia. Especialmente uma como "Um Homem, Uma Mulher: 20 Anos Depois" (Globo, 1h10), que tenta reencontrar o sucesso de "Um Homem, Uma Mulher", de 1966.
O original foi um filme que marcou o encontro entre publicidade e cinema, graças à languidez de estilo com que Claude Lelouch desenvolvia o tema enunciado no título e que, claro, diz respeito a um encontro amoroso.
"20 Anos Depois" nos coloca em contato com o mesmo casal de atores, Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant. Agora, Aimée é produtora de filmes e propõe fazer um sobre o amor mostrado no primeiro filme.
Temos então uma mistura infeliz entre cinema e realidade. O que podia haver de atraente no filme de 66, perde-se no caminho. O que se podia ganhar em revisão de um trabalho, em evolução, não aparece. O filme não se completa em nenhum nível e entramos no território da história que se retoma como farsa.
Um outro veio de Lelouch tem sido a revisão da Segunda Guerra Mundial, tal como vivida pelos franceses, tendo como centro as relações com os judeus.
Embora não chegue à genialidade, existem dois fatores que, aí, beneficiam o trabalho de Lelouch: uma real preocupação com o problema e seu inegável artesanato.
Um segundo filme programado para hoje tem a virtude de partir de uma idéia razoável, em matéria de comédias juvenis dos anos 80: "Mulher Nota Mil" (Globo, 15h40). Aqui, adolescentes concebem uma supermulher. A idéia está de acordo com a bela Kelly Le Brock. Mas por aí fica o filme.
(IA)

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