São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Agricultura volta a apostar no trigo

JOSÉ MASCHIO

JOSÉ MASCHIO; CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Plantio do cereal supera as expectativas no Paraná e no Rio Grande do Sul e pode render 2,6 milhões de toneladas

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
A alta dos preços do trigo no mercado internacional motivou os produtores brasileiros a aumentar o plantio do grão, que estava em declínio há cinco anos.
Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a cultura deve ocupar este ano 1,6 milhão de ha no país, quase 600 mil ha a mais que em 95.
Pela estimativa da Conab, a produção nacional de trigo este ano deverá alcançar 2,63 milhões de t, 72,5% acima da colheita de 95.
As previsões das secretarias da agricultura do Paraná e do Rio Grande do Sul são mais otimistas. Indicam que apenas os dois Estados deverão plantar 1,6 milhão de ha e produzir 2,6 milhões de t.
No Paraná, o plantio deve alcançar 1 milhão de ha nesta safra, 59% superior ao da safra 95, de acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural).
A expectativa de produção, segundo Otmar Hubner, técnico do Deral, é de 1,85 milhão de t.
Segundo Hubner, o veranico que atingia o Estado até o último dia 17 deverá prejudicar os produtores do norte e parte do oeste do Paraná, que plantam antes dos agricultores do sul e do sudoeste.
Na safra 95, o Paraná colheu 1,055 milhão de t em área de 628 mil ha.
No Rio Grande do Sul, o trigo deve ocupar cerca de 600 mil ha, o dobro da área plantada em 95. A previsão é de uma colheita de 950 mil t.
São Paulo
Dados preliminares, coletados em abril pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), mostram que o plantio de trigo em São Paulo poderá alcançar 28 mil ha, com crescimento de 17% sobre 95.
Os produtores da região de Cândido Mota, no Vale do Paranapanema, entretanto, seguem na contramão de seus colegas do Sul.
Animados com a renda obtida na safrinha de milho, eles não arriscaram aumentar a área de trigo este ano.
Na área de ação da Coopermota, cooperativa local, o plantio alcança 10 mil ha, 5.000 ha a menos do que em 95.
O IBGE estima que no Mato Grosso do Sul a área atinja 52 mil ha, mais que o dobro dos 23,6 mil ha semeados em 95.
Por causa da estiagem em abril e maio, os produtores de Dourados só plantaram 6.000 ha, 4.000 a menos que a expectativa inicial.
Segundo a Coagri (Cooperativa Agropecuária e Industrial), a maior parte dos produtores não se beneficiou da redução da taxa do Proagro (seguro rural) de 11,7% para 4%. A taxa foi diminuída para quem plantou segundo as regras do zoneamento agrícola.
Ele diz que o zoneamento agrícola do Estado só foi aprovado no final de abril, quando boa parte da área já havia sido semeada.
Colaborou a Reportagem Local

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