São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Presidente "flana" em Paris à beira do rio Sena

DE PARIS

O presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou uma brecha na sua agenda, ontem à tarde, para passear pelas ruas de Paris, à beira do rio Sena.
"O que eu mais sinto saudade de fazer aqui é isso. Flanar" (vaguear, perambular), afirmou sorrindo.
E FHC pôde fazer o que mais gosta em Paris durante quase 40 minutos. O passeio começou na Pont Neuf e terminou em outro cartão postal da cidade, a Catedral de Notre-Dame, na Île de la Cité.
Ele chegou a informar aos seguranças que tomaria sorvete na Maison Berthillon, a melhor sorveteria da cidade. Mas uma reunião com empresários franceses interrompeu o passeio do presidente e forçou sua volta ao Palácio Marigny, a residência dos hóspedes do governo francês.
Durante boa parte do passeio, de mais de meia hora, FHC foi acompanhado por adolescentes franceses, excitados com a confusão em volta da comitiva oficial.
FHC parou para conversar, cumprimentar e tirar fotos com os adolescentes, que gritavam nomes de Romário, Bebeto e Raí.
Durante a caminhada, FHC lembrou que morou em vários endereços da cidade, como o bulevar Saint-Germain e a Rue de Rennes, perto de onde caminhou.
Continência
FHC apareceu para o encontro, previsto para ser uma reunião de trabalho, com os netos Pedro e Júlia, que posaram para as fotos junto com os avós e com Chirac e a primeira-dama francesa, Bernadette Chirac.
Vendo a guarda de honra do presidente francês perfilada, Pedro posou batendo continência. O encontro entre FHC e Chirac durou 20 minutos a mais que o previsto.
FHC se aproximou dos repórteres acompanhado por Chirac, e ambos falaram aos jornalistas. Um fato raro, já que o protocolo francês que não prevê contato de Chirac com jornalistas durante recepções a um chefe de Estado.
"A França precisa ser bem mais ativa na América Latina, em geral, e no Brasil em particular", declarou Chirac, afirmando que a conversa se desenrolou em um "clima de simpatia e amizade fraternal".

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