São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996 |
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Mais dois apontam PMs como matadores
ANDRÉ LOZANO
A Folha divulgou ontem que a polícia de São Paulo havia identificado e prendido um grupo de extermínio formado por quatro PMs da Rota. A quadrilha é acusada de participação em ao menos três chacinas e três roubos a bancos, de dezembro de 1995 a março de 1996. Nas três chacinas atribuídas à quadrilha -duas na zona leste e uma na zona sul-, 13 pessoas foram mortas. A polícia não descarta o envolvimento do grupo em outras chacinas. A forma de agir do grupo foi semelhante nas três chacinas: usaram um Opala preto, de propriedade de um dos acusados, conhecido como Robocop, e assassinaram todas as pessoas que presenciaram a matança. O reconhecimento do grupo foi possível a partir do depoimento sigiloso, na semana passada, de um homem (a polícia não autoriza a divulgação de seu nome) que manteve contato com o bando e que chegou a ser convidado pelos PMs a participar de um assalto a banco. Como ele se recusou, levou cinco tiros, mas sobreviveu. Por intermédio do ouvidor da Polícia de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, a testemunha depôs no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Ela contou como foi convidada pelos PMs a participar do roubo da agência da Nossa Caixa Nosso Banco, no último dia 15 de fevereiro, e identificou, por meio de fotos, os policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Hellmans Hoffman de Oliveira -o líder do grupo, Robocop-, Celso Luiz de Paula, Wellington Gonçalves Torquato e José Walter Benevides Moura. Propina Segundo a testemunha, as chacinas ocorriam depois que traficantes se negavam a pagar a propina exigida pelo grupo. O denunciante apontou ainda o policial Carlos Cardoso Lima, do 12º Batalhão da PM (na zona sul), como integrante de um grupo de extorsão e tráfico de drogas. Os cinco PMs foram presos. Segundo o corregedor-adjunto da PM, tenente-coronel Jairo Paes de Lira, as testemunhas reconheceram os PMs Hellmans Hoffman de Oliveira e José Walter Benevides Moura como participantes da chacina de três pessoas, no último dia 2 de janeiro, na Vila Progresso (zona leste). O caso foi registrado no 32º DP (Itaquera). "Isso reforça a veracidade do depoimento da testemunha-chave", afirmou Paes de Lira. O PM Oliveira respondia a processo administrativo por porte ilegal de arma -uma pistola calibre 45 que lhe rendeu o apelido de Robocop. Texto Anterior: Rio sedia etapa do Elite Model Look Próximo Texto: PMs já eram investigados Índice |
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