São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Quartanista de direito tenta receber R$ 15 mil de resgate

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu na manhã de ontem a estudante universitária Renata Ferreira Morais, 22, acusada de forjar o seu próprio sequestro.
Por meio de um telefonema anônimo, a polícia encontrou Renata, que cursa o 4º ano de direito na Universidade de Uberaba, em um hotel da cidade de Betim, região metropolitana de Belo Horizonte.
Policiais da Deoesp (Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil) estavam desde o sábado no Triângulo Mineiro, apurando a denúncia do suposto sequestro feita pelo pai da estudante, o empresário Jeová José de Morais.
Jeová, que é dono de uma concessionária de veículos e fazendeiro em Santa Vitória (794 km de Belo Horizonte), foi à polícia depois de receber dois telefonemas que comunicavam que a filha havia sido sequestrada e pediam um resgate de R$ 15 mil.
Cheque furtado
A polícia descobriu, porém, que Renata havia sido presa na noite de sexta-feira, em Belo Horizonte, acusada de tentar passar um cheque furtado e com identidade falsa em uma loja de um shopping.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública de Minas, ela confessou ter furtado o talão de cheques e os documentos de Vera Lúcia Queiroz Dias, em Uberaba.
a estudante teria alterado a fotografia da carteira de identidade, colocando no lugar uma foto sua.
Ao tentar passar o cheque no valor de R$ 3.700, a funcionária da loja descobriu que o cheque tinha sido furtado e o bloqueio do pagamento já havia sido solicitado ao banco. A Polícia Militar foi chamada e Renata foi presa.
Segundo a polícia, ao ser presa, ela se identificou como Márcia Alves de Almeida e teria tentado subornar um dos policiais militares para que ela a soltasse.
Renata, segundo a Secretaria da Segurança, foi ouvida na delegacia e liberada em seguida, já que o inquérito por estelionato é respondido em liberdade.
Depósito em conta
Na mesma noite, a família de Renata recebeu o primeiro telefonema anunciando o suposto sequestro. No sábado, em outro telefonema, os supostos sequestradores exigiram que o dinheiro fosse depositado na conta corrente de Renata, já que o dinheiro seria sacado com o seu cartão bancário.

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