São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Cinco menos dois

THALES DE MENEZES

Aproveitando a disputa de Roland Garros, uma discussão volta à tona no cenário tenístico: a extinção dos jogos em melhor de cinco sets.
Essas maratonas permanecem anacronicamente nos torneios do Grand Slam, desde a primeira rodada da disputa.
São poucos os jogadores que gostam dessas partidas longas. Michael Chang é um deles, mas diz que gostaria da mudança para evitar longas esperas.
Para as transmissões de TV, seria bem mais fácil programar o horário das partidas com a extinção dos duelos de três, quatro horas de duração.
O que ainda inibe a Federação Internacional de Tênis é a tradição. Mas os defensores do anacronismo dos cinco sets devem se preparar para os novos.
Uma boa brincadeira é descobrir se a redução de sets teria mudado muitos resultados caso tivesse sido adotada há tempos.
Analisando apenas as finais de Grand Slam da era profissional do tênis (de 1968 para cá), algumas alterações seriam substanciais.
John McEnroe, por exemplo, teria conquistado o único título que falta em sua brilhante carreira: Roland Garros. Em 1984, o Big Mac abriu 6/3 e 6/2 contra Ivan Lendl, mas permitiu a virada do rival.
Ainda no Aberto da França, Andre Agassi teria vencido Jim Courier em 1991, por 2 sets a 1, e Stefan Edberg teria tirado o título de Michael Chang em 1989, também por 2 sets a 1.
No Aberto da Austrália de 1988, o ídolo local Pat Cash não teria decepcionado os fãs ao perder de virada para o sueco Mats Wilander.
Em Wimbledon, McEnroe conseguiria um tetracampeonato irretocável de 1981 a 84. Só perdeu a final de 1982 numa recuperação histórica de seu compatriota Jimmy Connors.
Pior sorte teria o sueco Bjorn Borg, que teria perdido a final de 1979 para o limitado Roscoe Tanner, que chegou a estar vencendo o jogo por 2 sets a 1.

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