São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Johnnie Johnson acerta contas com o rock

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo nome, você pode até desconhecer Johnnie Johnson, 72, pianista norte-americano que toca no dia 31 de maio no Palace, em show que faz parte da 3ª edição do festival Nescafé & Blues.
Mas é difícil encontrar quem nunca tenha dançado embalado pelo estilo boogie-woogie e pelas melodias sincopadas que ele martela, no bom sentido, ao piano.
É dele as frases que permeiam a voz e a guitarra de Chuck Berry em clássicos como "Maybellene" e "Roll Over Beethoven". Sem ele, não haveria Jerry Lee Lewis.
Seu rosto vagou pelo mundo, exposto nos cinemas que exibiram o filme "Hail! Hail! Rock and Roll". Além disso, acompanhou guitarristas como Albert King, Eric Clapton e Keith Richards dos Rolling Stones.
Mas o que estaria um músico com tantas ligações com o rock fazendo em um festival de blues? A resposta ele deu por telefone à Folha, desde um hotel em San Francisco, Califórnia.
"Ouço e toco blues, country e o jazz das big bands desde pequeno. Tocava rock usando um pouco de cada um desses elementos. Mas, no fundo, tudo era blues."
Prova de que Johnson chegou aos 90 dando maior vazão ao seu estilo predileto é o CD "Johnnie Be Back", lançado no ano passado e que será a base do repertório que o músico mostra no Palace.
O nome do trabalho é uma brincadeira envolvendo o pianista e Chuck Berry. Diz Johnson: "Berry compôs 'Johnnie B. Good' baseado em mim."
E parece que a amizade entre os dois era mesmo forte. "Não houve problema algum quando ele deixou de ser apenas um guitarrista que eu contratei para o meu trio e passou a ser o líder da banda."
Foi depois de cinco anos acompanhando Albert King que o pianista cansou de ficar acompanhando outros músicos e criou sua própria banda. "Pode dar menos dinheiro, mas agora eu sou mais reconhecido", pondera Johnson.
Baseado no repertório do seu último disco e no poder de fogo da sua banda, o pianista garante que ninguém vai ficar parado durante sua apresentação. "Faço meus shows para as pessoas verem e ouvirem. Em decorrência do que viram e ouviram, acabam dançando."

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