São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O responsável

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Kandir é o novo ministro do Planejamento.
É o pai do confisco.
Sabendo de seu passado, de diagnósticos de catástrofe ilusória e receitas de catástrofe verdadeira, alguém poderia esperar pelo pior.
Não na TV. Tornar-se tucano anistiou Kandir.
Na Globo, nem falam mais em confisco. Uma descrição foi de que é "um dos pais do Plano Collor, que tentou acabar com a inflação com bloqueio de contas bancárias e aplicações".
Bloqueio que soa bem melhor que confisco.
E mesmo quando falam em confisco, como no SBT, é com atenuantes, como sublinhar que o próprio afirmou que foi a solução para aquele momento, não hoje.
Ou então, dizer que fez o confisco, "mas foi também responsável pela abertura econômica".
Um santo. Tornar-se tucano canonizou Kandir.
Negros
Não é o tema da preferência de Celso Pitta, o racismo. Mas o malufista afinal resolveu falar, na Bandeirantes. Citou, claro, pesquisas:
- Em primeiro lugar, uma pesquisa foi feita e mostra que o eleitor não está preocupado com a raça, a cor da pele do candidato. Está preocupado se o candidato é honesto, é competente.
O que é uma boa maneira de fugir -mas o assunto volta e ele acaba por responder, de forma inesperada:
- Evidentemente, o preconceito brasileiro é basicamente aquele preconceito enrustido. Agora, o que se tem, num processo eleitoral... Todos os candidatos negros, com talento, que se submeteram à avaliação popular, foram bem-sucedidos.
Exemplo:
- A senadora Benedita da Silva.
Maluf, afinal, parece não ter controle completo.

E-mail nelsonsa@folha.com.br

Texto Anterior: Pinotti e Goldman se unem contra Leiva
Próximo Texto: O anistiado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.