São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996
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Quércia é acusado de transferir bens

Promotores querem novo bloqueio

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público paulista voltou a pedir ontem à Justiça o bloqueio dos bens do ex-governador Orestes Quércia (1987-91), acusado como um dos responsáveis por prejuízos no Banespa.
O Tribunal de Justiça suspendeu anteontem o bloqueio, que vigorava desde o início deste mês. Além de Quércia, 109 pessoas são acusadas no caso do banco estadual.
Ao pedir novamente o bloqueio de bens, o Ministério Público estadual acusa o ex-governador de tentar se desfazer de parte do seu patrimônio.
Segundo os promotores, Quércia pretendia realizar o negócio depois de tomar conhecimento da possibilidade do bloqueio de seus bens, ocorrido no início deste mês por determinação da Justiça.
Documento da Junta Comercial de São Paulo -obtido pelos promotores- informa que o capital seria transferido para outra empresa, a RCC Vídeo Produtora.
Como ainda estava com os bens bloqueados, a transação foi vetada pela Junta Comercial.
Quércia considerou a acusação descabida e uma mostra de "má-fé" dos promotores, que estariam a serviço político do atual governador Mário Covas (PSDB).
O ex-governador diz que o pedido encaminhado à Junta Comercial não significaria nenhuma modificação no seu patrimônio. Por este motivo não teria relação com o bloqueio dos bens.
Segundo Quércia, as duas empresas são de sua propriedade. Aconteceria apenas uma mudança no objetivo social e a transferência de capital da pessoa física (Quércia) para a jurídica (a RCC Vídeo).
"A Sol Invest Factoring nem chegou a ser instalada", disse o ex-governador. "É um absurdo."
Para o promotor Airton Florentino de Barros, o fato de a Junta Comercial ter indeferido o pedido de Quércia é um sinal de que a mudança alteraria o patrimônio.

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