São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996
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Vigor da indústria surpreende Fiesp

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O bom desempenho da indústria paulista no mês passado surpreendeu os empresários. O Índice do Nível de Atividade cresceu 4,7% sobre março e 3,8% em um ano.
O resultado, divulgado ontem pela Fiesp (federação das indústrias de São Paulo), reverte a tendência de queda registrada desde agosto de 95 na comparação anual.
Como a atividade econômica estava superaquecida no primeiro semestre de 1995, a Fiesp acreditava que até junho o INA seria negativo, quando comparado com igual mês do ano passado.
O dado surge num momento inoportuno para os industriais, cujas lideranças foram em caravana a Brasília pressionar pela descompressão da economia.
"A indústria espera por ações mais ativas do governo", diz Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia da Fiesp.
Sua leitura dos dados do INA está em sintonia com a posição da entidade. "Não vemos qualquer sinal de crescimento acelerado do consumo", afirma. Para ele, a expectativa é de estabilização.
A recuperação registrada em abril é atribuída ao maior consumo decorrente da melhora das condições de crédito e ao aumento dos estoques da indústria.
Questão do emprego
O INA é o indicador mais abrangente da indústria de São Paulo -um conjunto ponderado de índices que mede, entre outras coisas, o ritmo de vendas, a capacidade instalada das fábricas e a mão-de-obra empregada.
Dessa maneira, o INA pode subir enquanto aumenta o desemprego. Foi o que aconteceu em abril, quando o número de empregos caiu 10,9% sobre abril de 1995.
Tabacof diz que isso é explicado pelo aumento da produtividade das fábricas e pela terceirização dos serviços das empresas. "Acreditamos que daqui para frente o nível de emprego se estabilize. Não há razão para que o desemprego continue no ritmo em que está."
A partir do segundo semestre, continua Tabacof, o INA será maior ainda, já que vai ser comparado com uma base mais fraca (a segunda metade do ano passado).
Ele diz que a indústria ligada ao setor de bens de consumo está puxando para cima a atividade das fábricas e que vai continuar se destacando em vendas e, como consequência, em produção.
Setores em alta
Alguns setores da indústria resgistram recuperação nas vendas em maio na comparação com abril, segundo a Fiesp.
Entre eles destacam-se: químico, autopeças, eletroeletrônico, calçados e tintas. Outros, mostram estabilização sobre o mês passado como farmacêutico, plásticos, bebidas e alimentos.

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