São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996 |
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MP das montadoras pode ter alterações
DENISE CHRISPIM MARIN
Segundo a Folha apurou, o objetivo final será incluir novos incentivos que favoreçam a produção da indústria nacional e a atração de investimentos diretos no setor -sem causar maiores atritos com os parceiros comerciais. Esses procedimentos ainda não estão concluídos pelo governo brasileiro. Do ponto de vista diplomático, o Brasil adotou uma nova estratégia para ganhar tempo. Não quer ceder facilmente à pressão de quatro grandes parceiros comerciais -Alemanha, Coréia do Sul, Estados Unidos e Japão-, que pressionam pela redução da alíquota de 70% para a importação de automóveis. Mas será forçado a isso porque os quatro países ameaçam com a apresentação de reclamações formais na OMC (Organização Mundial do Comércio). Essa reclamação levaria o tema aos painéis de discussão da entidade -algo que poderia prejudicar a imagem externa do Brasil. Ao mesmo tempo, o governo não quer correr o risco de ver o mercado interno saturado de carros importados e de sentir o peso dessa conta na balança comercial, que registra as operações de comércio exterior do país. No ano passado, as projeções apontavam para a importação de 700 mil veículos, o equivalente a US$ 7 bilhões. Com a alíquota de 70%, caíram para 400 mil. Assim mesmo, o total de carros importados no ano foi considerado alto. Em 1994, haviam entrado no país 180 mil carros estrangeiros. Os pontos que ainda estão em conflito com o regime automotor argentino também devem ser revistos pelos técnicos. Mas o Brasil não pretende aceitar as reivindicações da Argentina, que quer ver as vantagens à indústria local retiradas na MP. Uma delas é a redução da alíquota de importação de matérias-primas para 2%. A outra é a inclusão de fabricantes de máquinas agrícolas, ônibus e caminhões no regime automotor. Técnicos do Ministério da Fazenda argumentam que, sem essas vantagens, a Argentina poderá se tornar mais atraente aos investidores externos. Texto Anterior: Rentabilidade cai para 10,63% Próximo Texto: Percentual de reajuste está em estudos Índice |
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