São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
"Brad Pitt francês" chega aos EUA pelos telhados de Paris
ADRIANE GRAU
O filme do diretor Jean-Paul Rappeneau (do premiado "Cyrano de Bergerac", 1990) custou US$ 35 milhões e é o mais caro já produzido na França. O traje de época e os cabelos compridos que caracterizam o revolucionário Angelo Pardi renderam a Martinez o título de Brad Pitt francês, numa comparação com "Lendas da Paixão". Ele recebeu a reportagem da Folha em San Francisco (EUA) durante o café da manhã no Prescott Hotel. * Folha - O que lhe atraiu em seu personagem Angelo Pardi? Martinez - Foi poder ficar seis meses em contato com a natureza, montando cavalos. Já havia estado em Provence, mas me surpreendi com a paisagem. As cenas de cavalgada ao lado de Juliette Binoche são as minhas preferidas. Folha - Você se sentia preparado para imergir no século 19? Martinez - Não. Tive que estudar, ir a museus, ler os livros de Jean Giono. Quando eu estava na escola, não me dediquei a nada disso. Mas para este papel aprendi até a falar italiano. Folha - Você é sempre tão dedicado a seus projetos? Martinez - Eu sou mesmo é preguiçoso. Gosto de ficar fazendo nada com meus amigos e passear de moto pelos arredores de Paris. Folha - Você tem algo em comum com Angelo Pardi? Martinez - Sim, também sou um homem de poucas palavras nas situações amorosas. Folha - É verdade que você e Juliette Binoche se apaixonaram durante as filmagens? Martinez - Se uso poucas palavras na minha vida privada, uso menos ainda para falar sobre a minha intimidade. Folha - Você sentiu medo ao caminhar pelos telhados em algumas tomadas? Martinez - Não, pois cresci passeando pelo alto dos edifícios em Paris. Naquelas cenas, quis parecer um gato muito leve e sutil. A roupa era muito justa, então pedi ao figurinista para alargá-la um pouco. Folha - As cenas de morte o impressionaram? Martinez - Não. O pior foi filmar com os corvos, ver seus bicos tão próximos dos meus olhos. Folha - Quais são seus projetos para o futuro? Martinez - Vou descansar deste filme, que me tomou tanto tempo. Walter Salles Jr. me convidou para filmar em Cuba, mas não pude aceitar. Folha - Como começou sua amizade com Cristiane Reali? Martinez - Foi em 1989, quando fomos juntos a uma audição para a peça "Lorenzaccio", com o diretor Francis Huster. Ambos conseguimos papéis pequenos, estávamos começando a carreira. Ela é muito talentosa e bonita. Folha - O que você acha de ser chamado de Brad Pitt francês? Martinez - Na França eles chamam o Brad Pitt de Olivier Martinez americano. Não sei nada sobre isso. Ele é uma estrela, eu sou apenas um ator francês desconhecido. Texto Anterior: Companhia holandesa é destaque do Carlton Dance Próximo Texto: Filme custou US$ 35 milhões Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |