São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Coletiva apresenta artistas emergentes

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

O Programa Abra de Exposições 1996, que resultou em uma coletiva de jovens artistas emergentes, parece uma versão reduzida do projeto "Antarctica Arte com a Folha" com um tema específico: o da Bienal, ou seja, a desmaterialização da arte no final do milênio.
O curador e galerista Ricardo Trevisan, da Casa Triângulo, é o responsável pelo projeto, que consistiu na seleção de artistas emergentes de várias regiões do país.
Os trabalhos foram selecionados por meio de fotos enviadas pelas artistas por uma comissão que incluía ainda os críticos Rodrigo Naves, Tadeu Chiarelli e Martin Grossmann.
O bom deste projeto da Abra é que o artista não arca com nenhuma despesa da mostra. Transporte das obras, catálogo, convites, divulgação e montagem da exposição correm por conta da escola, que pretende ainda instaurar bolsas de trabalho para alguns artistas, em troca de aulas e workshops na escola.
Para esta primeira mostra, de São Paulo, foram selecionados Isadora Zero, Jonathan Gall, Marcelo Arruda, Marcius Galan, Maurício Ianês, Rubens Zaccharias Júnior e Tahia Macluf. Do Paraná, vieram Cristina Agostinho e Luciano Boletti. Duda Gonçalves e Gelson Ivo Radaelli são do Rio Grande do Sul e Glauco Frizzera, proveniente do Espírito Santo.
O capixaba Glauco Frizzera trabalha com o conceito da desmaterialização em dois tempos: do corpo e do suporte. Constrói sua instalação com dentes colados em pedaços de isopor queimado. O corpo se fragmenta ainda no trabalho de Marcelo Arruda, que criou caixas de acrílico e luz que irradiam fotos de um corpo baleado, e nas obras de Luciano Boletti, que trabalha com parafina e o corpo humano em placas de raio x.
A artista Duda Gonçalves faz em seu trabalho uma discussão conceitual sobre o uso da cor e a pintura. Seu trabalho é uma série de entretelas de papel coloridos com pigmento azul em várias nuanças. "Optei pelo azul porque a cor estabelece uma relação com o infinito e amplia o reduzido espaço que o módulo quadrado propõe", diz a artista. "Quero resgatar o olhar do espectador para a pintura", completa.
A pintura também é o suporte do gaúcho Gelson Ivo Radaelli, que, porém, direciona sua pesquisa para uma figuração mais expressionista, na linha de Iberê Camargo.

Mostra: Programa Abra de Exposições 1996
Onde: Abra (av. Portugal, 191, tel. 011/240-4767)
Vernissage: hoje, às 20h30

Texto Anterior: Inteligência é abrir fábrica de camisinhas em NY
Próximo Texto: CCSP traz outros oito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.