São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996
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Embalagem diferente; Razão presidencial; Fritura coletiva; Missão difícil; Governar é dividir; Cofre gordo; Golpe no fígado; Língua de trapo; Velho argumento; A voz do seu mestre; Em queda livre; Efeito gangorra; Galã latino; Recreio heterodoxo; Vale tudo; Consenso de Paris; Guerra à vista; Visita à Folha

Embalagem diferente
O Planalto quer punir os parlamentares infiéis com um artifício. Não tirará cargos por iniciativa própria. Mas, se um aliado pedir o posto de um dissidente, levará na hora. Para bom entendedor, pingo no "i" é letra.

Razão presidencial
Para FHC nomear Kandir, foi decisiva a opinião do novo ministro contra os juros altos e seus projetos de reforma tributária por via infraconstitucional.

Fritura coletiva
De Malan a Serjão, do PFL ao PSDB, o ministério tem uma unanimidade: paciência esgotada com Clóvis Carvalho (Casa Civil). Dizem que não articula como deveria. E que cobra ações como um professor ranzinza.

Missão difícil
O Planalto espera que Kandir seja operador político da reforma tributária, desprezada por Serra até pouco tempo atrás.

Governar é dividir
O debate no governo não será tranquilo. FHC estimulará Kandir a divergir de Malan. O presidente adora decidir após escutar diversas opiniões. De preferência, completamente opostas.

Cofre gordo
CUT, CGT e Força Sindical gastarão entre R$ 550 mil e R$ 1 milhão em campanha na mídia pela greve geral do dia 21.

Golpe no fígado
De Pedro de Camargo Neto, do PNBE, reunido com o ministro Raul Jungmann (Política Fundiária): "Todo trabalho será inútil, se a política econômica desassentar mais gente do que o governo puder assentar".

Língua de trapo
A saída de Serra não desafoga a vida de Gustavo Franco no governo. Amigos de Kandir dizem que ele nunca absorveu os adjetivos ferinos de Franco a algumas de suas publicações. Coisas do tipo "é muito ruim".

Velho argumento
O PT adorou a pressa com que dirigentes da Fiesp apoiaram a candidatura de José Serra.

A voz do seu mestre
De Collor, sobre a ida para o ministério de seu ex-auxiliar, Kandir: "O Congresso perde um parlamentar operoso, e o governo ganha um executivo que concebe, enuncia e age de forma coordenada e consequente".

Em queda livre
Informação liberada ontem pelo IBGE, por enquanto restrita ao Rio de Janeiro: entre 80 e 91, a porcentagem de católicos caiu de 81% para 67% da população.

Efeito gangorra
O IBGE também constata que, em onze anos, os evangélicos pentecostais fluminenses passaram de 371 mil para 951 mil.

Galã latino
Não é só no Brasil que FHC tem visual de sucesso. A mulher do prefeito de Lyon e ex-primeiro-ministro, Raymond Barre, ontem não se conteve: "O presidente de vocês é muito sedutor".

Recreio heterodoxo
Piadinha que circulava ontem na equipe econômica: o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, gostou tanto da saída de José Serra que vai transferir seu título de eleitor do Rio para São Paulo. Para votar contra.

Vale tudo
Os antiquercistas do PMDB paulistano dizem contar com 12 dos 14 deputados federais e com seis dos 15 estaduais. A disputa para a convenção de domingo é um jogo com poucas formas lícitas de coerção. Dos dois lados.

Consenso de Paris
Antes de virar candidato, Serra conversou no telefone por uma hora com FHC. Foram claros sobre o projeto de 20 anos no poder, ameaçado por Maluf.

Guerra à vista
O governador Vitor Buaiz (ES) rompeu com a esquerda do PT e lançou pacote da dar inveja em Bresser. Quer poupar R$ 26,5 mi por mês. Propôs demissão incentivada de 30% dos servidores e corte de verbas nas estatais.

Visita à Folha
O presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Ricardo Tripoli, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO
De Marcelo Deda (PT-SE), sobre idéia de Luiz Carlos Santos de dificultar os destaques de votação em separado:
- Além da maioria estável, o ministro quer agora a maioria preguiçosa, dispensada de defender suas idéias no plenário.

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