São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996
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Comprar a prazo deve ficar mais fácil

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica estuda a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para pessoas físicas dos atuais 6% para 3%. A medida tem o objetivo de reduzir os custos sobre todos os tipos de empréstimos.
Outra medida para facilitar o crédito é a liberação dos lances para os grupos de consórcio de automóveis.
O Banco Central avalia a possibilidade de reduzir o prazo mínimo para formação de consórcios de automóveis dos atuais 50 meses para 24 meses.
Os modelos não-populares (acima de mil cilindradas) serão os primeiros beneficiados com a liberação do lance -hoje proibido para qualquer grupo de consórcio.
Esses modelos são os que registram menor procura. Os populares (até mil cilindradas) terão o prazo mínimo reduzido em uma segunda etapa.
O governo considera que as medidas para aliviar o crédito devem ser adotadas de forma gradual.
A redução do valor mínimo obrigatório de 50% para pagamento no vencimento de cada fatura do sistema rotativo do cartão de crédito não será anunciada na próxima reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), dia 5 de junho.
A equipe econômica ainda está avaliando o comportamento da demanda com a liberação do prazo para compra de bens e serviços no sistema parcelado das administradoras de cartão de crédito.
A volta dos lances e a redução dos prazos mínimos dos consórcios não têm prazo para serem anunciados.
Comércio
A Folha apurou que na reunião do CMN a equipe econômica vai permitir a volta dos "commercial papers" -um tipo especial de nota promissória emitida por sociedades anônimas.
A medida vai beneficiar principalmente as médias e grandes empresas, que poderão tomar recursos no mercado com custos mais baixos e menor burocracia.
Também está decidido que as lojas de comércio poderão emitir títulos lastreados em créditos "recebíveis".
Por exemplo, um grande magazine poderá lançar títulos no mercado com base nos créditos que tem a receber via cartão de crédito ou de prestações no sistema de crediário.
A medida está proibida desde o segundo semestre de 1994. A permissão para esse tipo de operação vai possibilitar que lojas comerciais tomem recursos com juros mais baixos do que os oferecidos pelos bancos e possam beneficiar, indiretamente, os consumidores.
Banco
O CMN vai enviar indicação ao presidente Fernando Henrique Cardoso para que permita ao banco Südamerikanische aumentar seu capital no sistema financeiro nacional. Com isso, terá mais dez agências.
O banco alemão comprou o passivo do Banco Grande Rio, em liquidação extrajudicial desde janeiro de 1991. O passivo do banco brasileiro era de aproximadamente R$ 10 milhões, apurou a Folha.

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