São Paulo, sábado, 1 de junho de 1996 |
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Brasil é 15º em corrupção, diz ONG
MAURICIO STYCER
O país aparece em 15º lugar (em um ranking que vai do menos corrupto ao mais corrupto) entre 54 países pesquisados, segundo a Transparency International (TI), organização não-governamental (ONG) especializada em combater a corrupção internacional. Segundo a percepção dos entrevistados, a Nova Zelândia é o país menos corrupto do mundo, e a Nigéria, o mais corrupto. Peter Eigen, presidente e fundador da Transparency International, está em Istambul participando do Fórum Mundial dos Empresários, um evento paralelo à Habitat 2, a Conferência de Assentamentos Humanos promovida pela ONU, que começa segunda-feira. O "Index de Percepção da Corrupção", como é chamado, será divulgado por Eigen amanhã, em uma mesa-redonda no fórum. Para chegar ao ranking (veja quadro nesta página), a Transparency International compilou dez diferentes pesquisas. Esses estudos foram realizados por empresas especializadas em consultoria internacional e análise de riscos de investimento, como o DRI/McGraw-Hill Global Risk Service (EUA) e o Institute for Management Development (Suíça). O primeiro Em 1995, quando foi realizado pela primeira vez, apenas 41 países foram incluídos no ranking. Naquela ocasião, o Brasil ficou em 37º, à frente apenas de Venezuela, Paquistão, China e Indonésia. Eigen afirma que o seu ranking não é uma classificação do nível de corrupção em cada país, mas "uma avaliação do nível em que a corrupção é percebida pelas pessoas que trabalham para multinacionais e instituições e o seu impacto na vida comercial e social". O presidente da TI insiste que os números não podem ser vistos como "dados objetivos". "Eles representam uma avaliação subjetiva de homens de negócios", diz. Eigen analisa a posição do Brasil como sinal de que "ainda há muito o que fazer". Para ele, o governo está agindo contra a corrupção, mas não há a percepção de que as medidas são efetivas. "A corrupção está em todo lugar. Não é monopólio do Terceiro Mundo", diz Eigen, que é advogado e trabalhou no Banco Mundial. Eigen vai dizer aos empresários, em Istambul, que eles são ao mesmo tempo vítimas e vilões da corrupção. "É muito difícil, seja para a grande ou pequena empresa, parar de pagar subornos de um dia para o outro", diz. Um dos objetivos da Transparency International é procurar "ilhas de integridade" para empresas dispostas a parar de pagar subornos. Texto Anterior: Estudante diz que Hosmany esteve no dia 10 em Mogi Próximo Texto: Ranking da corrupção no mundo Índice |
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