São Paulo, sábado, 1 de junho de 1996
Próximo Texto | Índice

Leitura de negócios cresce com Real

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de livros de negócios revelou-se um bom negócio para as editoras nos dois últimos anos.
Em 95, consumidores gastaram algo entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões com livros de economia e administração.
Foram produzidos e distribuídos 3,41 milhões de livros do segmento que engloba temas de administração, organização, gestão empresarial e contabilidade.
Os dados são da Fundação João Pinheiro, de Belo Horizonte, para a Câmara Brasileira do Livro.
Atrás da auto-ajuda
Esse volume é um pouco menor do que os 3,66 milhões de livros de negócios produzidos em 1994, mas é significativamente maior do que os totais registrados no início da década.
Tanto em 1992 como em 1993, por exemplo, foram produzidos menos do que 2,5 milhões de livros de economia e administração no país.
O segmento dos livros de negócios foi o que mais cresceu nos dois últimos anos, superado apenas pelo de livros de auto-ajuda.
A globalização da economia, a necessidade de ser mais competitivo e o interesse pelos programas de qualidade são algumas das explicações dos editores para o aumento nas vendas desses livros.
O temor do desemprego, provocado pelos programas de reengenharia adotados por muitas empresas, também tem levado gerentes e diretores de companhias a procurar se informar melhor sobre tendências de administração.
"O segmento de livros de negócios é bastante interessante porque é, de certa forma, impermeável a crises. Livros dessa área são considerados instrumentos de trabalho", explica Sérgio Machado, 48, editor geral da editora Record.
Esgotamento previsto
Os livros da Record, nesse setor, são dirigidos principalmente para gerentes de nível médio e pessoal de vendas. Cerca de 10% dos lançamentos da editora são de livros de negócios, informa Machado.
O aumento nos lançamentos de livros de negócios foi tão grande que há quem acredite que o mercado está próximo do esgotamento.
Mais reedições
"Estamos vivendo uma época de superoferta de livros de negócios", afirma Milton Mira de Assumpção Filho, 51, diretor-presidente da Makron Books do Brasil, editora muito atuante no setor.
Alguns temas de livros, como manuais de orientação sobre o certificado ISO 9000 (um selo de qualidade na produção) e sobre programas de qualidade total, já teriam sido explorados até demais, na sua opinião. "A euforia passou", disse ele.
Vendas sustentadas
As previsões dos editores são, de qualquer forma, de que vai se repetir neste ano o volume de vendas de livros de negócios registrado no ano passado.
Em parte, as vendas deste ano estão sendo sustentadas pelos universitários, dos cursos de economia e administração. Além disso, estão sendo explorados novos nichos no segmento, como os que tratam de ecologia como negócio.

Próximo Texto: Filão é mais explorado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.