São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996 |
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Emenda de Paes dá verba para obra já implementada
PAULO MOTA
Situada a 300 km ao sul de Fortaleza, Mombaça é a terra natal de Paes e seu principal reduto eleitoral no interior cearense. Nas últimas eleições, ele recebeu 7.011 votos em Mombaça. A obra de eletrificação fica na localidade de Sítio Agreste (a 38 km do núcleo urbano de Mombaça) e beneficia cerca de 250 pessoas que vivem na zona rural e no povoado. O financiamento é feito pelo projeto São José, programa de geração de renda do governo do Ceará em parceria com o Banco Mundial. O prefeito de Mombaça, Valdomiro Távora (PPB), aliado de Paes de Andrade, disse que a emenda destinada ao Sítio Agreste foi elaborada junto com outras que prevêem a eletrificação de Vila Cacimba (R$ 100 mil) e do distrito de Boa Vista (R$ 150 mil), obras de saneamento básico na cidade (R$ 100 mil), compra de equipamento hospital (R$ 100 mil), reforma de postos de saúde (R$ 100 mil) e investimento em escolas (R$ 70 mil). "Eu e o Paes decidimos que essas eram obras prioritárias para Mombaça", disse Távora. Paes de Andrade defendeu a escolha das obras pelo prefeito -"que sabe melhor do que ninguém as necessidades do povo". "Garantir a verba" Távora reconhece que já sabia que a eletrificação de Sítio Agreste estava sendo feita quando sugeriu a Andrade incluir emenda destinando R$ 100 mil para executá-la. "Botamos o nome do Sítio Agreste apenas para garantir a verba. Depois, a gente faria um ofício para Brasília comunicando que o dinheiro seria remanejado para outras comunidades", disse. O prefeito de Mombaça disse que precisaria de R$ 1,25 milhão para suprir as necessidades de energia elétrica do município. "Com os R$ 350 mil previstos no Orçamento, dá para começar", disse. Távora disse que adotou a mesma estratégia ao pedir R$ 100 mil para construção de rede de saneamento básico, quando, segundo ele, seriam necessários R$ 600 mil. "O importante é começar a obra e mostrar à população que estamos trabalhando. O próximo prefeito é que tem que se virar para arranjar o recursos necessários para terminar o serviço", declarou. Segundo Távora, a verba pedida para equipar o hospital também é insuficiente para dobrar o número de leitos (42) e resolver as necessidades locais. "Com os R$ 100 mil, eu abro uns dez leitos e uso o resto para comprar remédios", disse. Távora mantém em sua casa uma farmácia para a distribuição gratuita de remédios. Segundo o vereador Antônio Conde (PSDB), esse remédios são enviados pelo Sistema Único de Saúde para a distribuição nos postos de saúde do município. O prefeito diz que compra os remédios com dinheiro do próprio bolso. Texto Anterior: Obras paradas torram R$ 15 bi Próximo Texto: Município inventa projeto para justificar recursos Índice |
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