São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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'Minha consciência flutua em um lugar fora do corpo'

Segundo Michael Ryan, sexo o deixa em uma espécie de transe

DE NOVA YORK

Leia a seguir trechos do livro "Vida Secreta", de Michael Ryan:

O COMEÇO - "Fui molestado sexualmente quando tinha cinco anos, provavelmente por um ano, entre 1951 e 1952 (...) O nome dele era Bob Stoller, ele era nosso vizinho, tinha acabado de voltar da Coréia e me convidou para servir como modelo de fotografias. (...) Deitou-me na cama, conversando comigo da maneira que os amantes fazem. Ele estava me beijando? Acho que sim, mas não na boca."

ALUNA - "Ela quase nunca falava nas aulas, mas, enquanto ouvia, de vez em quando pendurava sua corrente de ouro sobre o lábio inferior, lambendo-a devagar. Era um gesto inconsciente. Eu nunca tinha tido relações sexuais com uma aluna, nem nunca cheguei a conhecê-la melhor. Mas quando ela colocava a corrente na boca, me dava um branco no meio da frase. Eu tentava disfarçar pedindo para alguém ler um poema, sem nenhuma ligação com a aula -que eu já não conseguia me lembrar qual era- e me sentava com o coração acelerado."

VICIADO - "Todo viciado em sexo tem sua própria coisa, a coisa que ele mais gosta, apesar de que 'gostar' é dificilmente a melhor palavra para o impulso inexorável que eu sentia e ainda algumas vezes sinto, mas, Deus me ajude, não respondo. É como se um ímã no meu plexo solar fosse ativado. Nos momentos mais intensos, entro numa espécie de transe, irradiado de Marte. Minha boca seca e meu coração acelera, minha consciência, normalmente alerta, flutua em algum lugar fora de meu corpo enquanto eu sinto o impulso."

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