São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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Esquerda na berlinda; Retrato 3x4; Juros; Deleuze; Escovas de dente; Espírito público; Reforma do ensino; Conceitos ofensivos; Sugestão

Esquerda na berlinda
"Lastimável e imperdoável por parte do povo o episódio da derrota do governo em relação à reforma da Previdência, onde a dita 'esquerda de oposição' demonstrou o que vem praticando desde o início do governo FHC, ou seja, a 'demagogia da pobreza'.
A 'esquerda de oposição', contrariando e até denegrindo sua imagem de grande valor no passado, não passa, salvo algumas exceções, de um 'bando de safados' que apóia a manutenção de privilégios de uma minoria."
Lucas Vilela Carneiro (Fernandópolis, SP)

Retrato 3x4
"Desgraçadamente, Josias de Souza está errado. Quem está certo é o ministro Marco Aurélio, do STF.
Florianópolis não é nenhuma Sodoma; é o Brasil em 3x4. Pois bem, aqui, uma mulher de 14 anos, que 'ficava' com qualquer amiguinho desde os 12, acaba de dar à luz uma criança. Estão ambas soropositivas.
E um senhor, desses modelados pela TV Globo, há poucos dias morreu de infarto numa casa de massagens, onde, deitado e nu, esperava a surpresa prometida. Veio. Era sua própria filha, de 16 anos."
Julio D. de Queiroz (Florianópolis, SC)
*
"O nosso sempre bom Josias de Souza demonstra inconformismo com a recente decisão do ministro Marco Aurélio, do STF, versando sobre a sexualidade de uma adolescente de 12 anos.
Meu caro Josias, para você melhor compreender esses fatos recomendo, entre muitas, uma leitura da própria Folha, caderno Folhateen de 27/5.
Aí, meu caro Josias, você compreenderá porque o ministro, dado o estado atual das coisas, acha que uma adolescente de 12 anos de criatura ingênua e iludível não tem nada.
Pergunto-lhe: não seria hora do velho e prudente 'modus in rebus'?"
Roberto de Alencar Mota (Fortaleza, CE)

Juros
"Nada justifica a cobrança de juros superiores a 10% ao mês numa economia dita 'estável'.
Cumpre ressaltar que a Constituição em vigor limita a cobrança de juros ao consumidor a 12% ao ano.
Inaceitável a desculpa esfarrapada dos economistas venais: 'Não há lei regular que diga o que é juro real e o que é reajuste econômico'."
Lázaro Chaves (São José do Rio Pardo, SP)

Deleuze
"Se o fim do século é uma fase-situação do mundo, em que a ameaça do catastrofismo como estado de coisas e como discurso ideológico é permanente, a obra de Deleuze mostra-nos como pensar é criar no caos, com o caos e contra o caos. A sua obra estará para o futuro como a de Nietzsche, de que Foucault dizia que 'ainda está para ser compreendido'."
José Gil (Lisboa, Portugal)

Escovas de dente
"Em relação à carta da Associação Brasileira de Odontologia sobre o teste comparativo de escovas de dentes realizado por este instituto, informamos que foram avaliadas as principais marcas comercializadas em São Paulo, sendo priorizadas as destinadas aos adultos e do tipo macia.
Para esse trabalho o Idec contou com o apoio do Laboratório de Análises Falcão Bauer, Departamento de Práticas de Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP e de vários dentistas associados à entidade.
Em que pese a manifestação da ABO sobre o trabalho que realiza nessa área, constatamos que ao lado de produtos muito bons são comercializados produtos de qualidade inaceitável, fato até então não revelado aos consumidores.
Há muito que melhorar nesses produtos, a começar pela instituição de um regulamento disciplinando os requisitos mínimos de qualidade."
Sezifredo Paulo Paz, responsável pelo departamento técnico do Idec -Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (São Paulo, SP)

Espírito público
"Quem acompanha a Folha não deixará de notar uma tendência oposicionista de alguns dos seus principais colunistas, particularmente o Clóvis Rossi e Janio de Freitas. Este então, não tem um só dia que não escreva o seu artigo contra o governo, malhando principalmente o presidente.
Ele usa a coluna para veicular as suas idiossincrasias político-ideológicas que se identificam com o que pregam os xiitas do PT e os espasmos verborrágicos do aiatolá Brizola, e a direção do jornal fecha os olhos, o que é lamentável, ou o que ele escreve representa o pensamento do próprio jornal, o que seria mais lamentável ainda, porque assim a proclamada independência do mesmo iria com a vaca pro brejo.
Devo dizer que não sou pessoa ligada ao governo. No entanto, sinto-me muito desconfortável ao abrir o jornal e me deparar com esse tipo de posicionamento, nada construtivo. Acho que isto é uma demonstração de falta de espírito público."
Manuel Batista Cavalcante (Indiana, SP)
*
"A edição de 26/5 parece confirmar o que venho notando ultimamente: o tom pastel no aspecto crítica política.
Há Janio de Freitas e Clóvis Rossi de menos, Roberto Campos e Fernando Rodrigues demais e o ombudsman está esmaecido em suas observações.
O Cony e o Angeli ainda tentam segurar as pontas, mas deve estar sendo difícil."
José Maria Pacheco de Souza (São Paulo, SP)

Reforma do ensino
"É fato que as universidades públicas carecem de reformas e mudanças. Sabe-se das dificuldades e limites enfrentados por instituições de ensino e pesquisa num momento em que o conhecimento se transforma com rapidez e os paradigmas são postos em xeque.
Entretanto, na maioria das vezes, o debate acerca desse tema parece não preocupar-se com a efetiva qualidade do trabalho universitário, tampouco com o papel representado pelo ensino público e gratuito na construção da cidadania neste país."
Marcos Coutinho, da Adunesp (Associação dos Docentes da Unesp, Universidade Estadual Paulista) - Regional de Marília (São Paulo, SP)

Conceitos ofensivos
"Com referência ao artigo 'Quem não pode transar não pode casar' (5/5), do sr. Rubem Alves, quero ressalvar que este falta com a verdade em vários aspectos, tanto nos doutrinais quanto naqueles de ordem moral, além de abrigar conceitos preconceituosos e ofensivos quando afirma que 'a Igreja faz de S.José... velho e impotente' (sic), ou quando o articulista refere-se à Nossa Senhora como sendo apenas 'uma mala que procriou sem amar' (sic)."
Pedro Américo Cabral Senna (São Carlos, SP)

Sugestão
"Gostaria de sugerir às autoridades uma lei que garanta a restituição ao doador de sangue do equivalente cedido caso este precise para si ou parente até segundo grau."
Sérgio José Toniolo (Porto Alegre, RS)

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