São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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Poucas micro renegociam suas dívidas

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O resultado da "Semana da Jornada de Renegociação", de 13 a 17 de maio, não foi animador para o sistema bancário.
Segundo Élvio Aliprandi, presidente da Associação Comercial de São Paulo, as micro e pequenas empresas renegociaram apenas R$ 400 milhões de seus débitos.
Segundo levantamento da Confederação das Associações Comerciais, foram recebidos 217 questionários que revelaram o processo de renegociação.
Em 41%, a renegociação é normal. Para 38%, o movimento está fraco. Apenas 18% mostram que não há renegociação. Em 3% dos casos as renegociações não se enquadravam nas regras do BC.
O levantamento mostra também que os bancos não vêm cumprindo corretamente as normas fixadas pelo Banco Central -como a cobrança de juros acima do permitido (TR mais 12% ao ano).
A principal reclamação é que as dívidas de curto prazo não-vencidas- cheque especial- ainda pagam juros sem renegociação.
O Sebrae e a Febraban vão sugerir ao governo correções na circular para facilitar a renegociação.
Kit do Banco do Brasil
O Banco do Brasil está usando a criatividade para recuperar créditos atrasados. A superintendência do Rio criou o "kit ajuizamento".
Trata-se de um manual de procedimentos de cobrança, fórmulas e cálculos de dívidas, além de caminhos de ajuizamento do débito.
No início do ano, a superintendência do banco distribuiu os kits para as 150 agências no Rio.
Em 95, o BB recuperou R$ 700 milhões de dívidas no Estado. A meta para este ano é liquidar os R$ 800 milhões restantes.
Cadastro
O Banco Central está organizando um banco de dados com registro de todas as dívidas atuais das empresas, que será colocado à disposição dos bancos.
O cadastro servirá para identificar empresas que já estão com empréstimos e que podem ter dificuldades nos novos financiamentos.
O governo prevê que o banco de dados, divulgado pelo sistema de informática do Banco Central, comece a funcionar ainda neste mês -em duas ou três semanas.
As instituições financeiras terão acesso gratuito às informações, que serão renovadas periodicamente.

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