São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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Audi RS2 tem "coração" de Porsche

GRACILIANO TONI
EDITOR DE VEÍCULOS

Americanos fanáticos por potência costumam dizer que nada substitui motores grandes (tradução livre do ditado "there's no substitute for cubic inches").
Os alemães da Porsche mostram que não é bem assim. Associados à Audi, criaram a perua RS2, demonstração sobre rodas do que a alta tecnologia pode fazer: motores pequenos com potência e torque dignos de bons V8.
O motor da RS2, com 2.226 cc (o mesmo que o Omega 2.2), rende 315 cavalos -mais que os 300 cv de um Corvette, com motor de 5.733 cc. Seu torque também é o de um V8. São 410 Nm a 3.000 rpm.
Vendida pela Audi, a RS2 foi feita em pequena escala -apenas 3.000 carros. É um superesportivo em pele de perua familiar. Acelera como Corvette, Ferrari e Porsche sabem fazer, só que leva toda a família a bordo.
Pegar estrada com a perua é garantia de andar na frente de quase todo o mundo. Ela só fica para trás se por azar houver um Porsche Turbo, Ferrari ou Lamborghini indo para o mesmo lado.
Limitações
Rainha do asfalto liso, a perua sofre em piso ruim. Antes de ir com a RS2 para a fazenda, é melhor pavimentar a estradinha de acesso.
Nas ruas nada regulares de São Paulo, a RS2 trepida e faz barulho. Com suspensões extra-rígidas, transmite para os ocupantes todas as imperfeições das ruas.
Em lombadas e estradas irregulares, o carro raspa só de chegar perto. Guias rebaixadas exigem cuidado triplicado.
Qualquer desatenção significa uma camada a menos da bela pintura -de um vermelho tão bonito, no carro testado, que fica impossível não olhar para ele.
O único outro defeito da RS2 é o volante deslocado para a direita, o que acaba incomodando em percursos longos.
Origem esportiva
Os pedais de freio e embreagem são consideravelmente mais duros que os de carros normais. A alavanca de câmbio, de extrema precisão, também é pesada.
Para compensar, o acabamento -a cargo da Porsche- é de primeira. O banco mantém o motorista firme em curvas -que a RS2 faz em alta velocidade.
Apesar da altíssima potência do carro, suas arrancadas são sempre muito controladas, graças ao sistema de tração nas quatro rodas -marca registrada da Audi.
Nenhum carro testado pela Folha atingiu os tempos de aceleração da RS2 -menos de seis segundos para ir de 0 a 100 km/h (veja quadro ao lado), com o ar-condicionado ligado.

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