São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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País fatura alto com a paz dos leões

Empresário lucra na selva

ROGÉRIO C. DE CERQUEIRA LEITE

na África do Sul
Apesar da pujança da Amazônia, é a África que desperta nossa imaginação. Quem quer que tenha visitado a Amazônia ou o Pantanal seria incapaz de imaginar-se ao lado de uma onça por 30 minutos.
Pois bem, na África, se você não passar pela experiência relatada acima com um leopardo, é porque é um pé-frio daqueles.
Mas qual a diferença entre o Brasil e a África? Em primeiro lugar, nossa mata é mais densa e inóspita, e o semi-árido muito mais árido que a suculenta savana africana.
Todavia, a razão principal para a diferença entre Brasil e África é a inteligência dos empresários de um e outro país.
Fórmula
Enquanto o apoucado fazendeiro brasileiro destrói o meio ambiente do Pantanal ou de Marajó para criar nelore ou zebu, o africano encontrou uma fórmula que protege a natureza e os faz ricos.
A fórmula é muito simples. Os animais se acostumam progressivamente com um veículo se o vêem todos os dias. Os turistas são levados em veículos abertos.
Para o leão, o que ele vê é apenas aquela mesma incômoda, mas inofensiva, geringonça de sempre, desajeitada, incapaz de saltar, que mais geme do que ruge.
Assim você poderá se inserir exatamente no centro geométrico de uma alcatéia de leões em repouso ou em deslocamento, sem que eles se perturbem muito.
A fórmula para o Pantanal ou para a Amazônia será diferente. Mas também terá de ser elaborada com paciência e com inteligência.

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