São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996 |
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Teste revela bactérias em 32 doentes CRISTINA GRILLO CRISTINA GRILLO; RONI LIMA
O Instituto Noel Nutels divulgou ontem os resultados de testes feitos com 108 pacientes da clínica Santa Genoveva (em Santa Teresa, região central do Rio), que já registrou 88 mortes desde abril. As bactérias são transmitidas por alimentos e/ou água e causam diarréia e desidratação, podendo levar à morte. Pelo menos 13 dos pacientes morreram após contaminação por bactérias. Ficou decidido ontem que a Secretaria Municipal da Saúde do Rio fará uma "gerência supervisionada" na clínica. A decisão foi tomada em reunião entre o secretário Ronaldo Gazolla e um dos sócios da Santa Genoveva, Mansur José Mansur. Foi acertado também que a secretaria vai adiantar R$ 240 mil para a clínica. A intenção é aplicar o dinheiro na melhoria das condições de atendimento. O trabalho será acompanhado por uma equipe da secretaria. A direção da clínica não será substituída. Diferença O valor que será adiantado para a Santa Genoveva é maior do que o repasse médio mensal feito pelo SUS para a instituição. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde, a clínica recebe mensalmente cerca de R$ 170 mil para atender, em média, 300 pacientes. Ronaldo Gazolla disse que dará um prazo de 30 dias para que a clínica melhore suas condições de funcionamento, mas afirmou que o prazo poderá ser prorrogado. Os R$ 240 mil equivalem, de acordo com a secretaria, à diferença entre o que é pago mensalmente à clínica pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e o que seria pago, caso o Ministério da Saúde repassasse o reajuste no valor das AIHs (Autorização de Internação Hospitalar), que teria sido prometido às instituições conveniadas. A intenção da secretaria é que os recursos adiantados para a clínica sejam restituídos pelo Ministério da Saúde em 30 dias. A decisão será encaminhada para o ministro da Saúde, Adib Jatene. Irregularidades A direção do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio) afirmou, após vistoriar a clínica, que a instituição está funcionando sem um número adequado de médicos e sem uma unidade para tratamento emergencial. Para o coordenador da Comissão de Fiscalização do Cremerj, Antônio Carlos Tuche, a clínica não dispõe de laboratório adequado, raios X e não teria condições para atender casos emergenciais. Tuche disse que o Cremerj deu prazo "até a semana que vem" para que a direção coloque a clínica em condições de atender esses casos. Ele reclamou também que a clínica não respondeu até agora um questionário obrigatório sobre seu corpo clínico e infra-estrutura. Próximo Texto: Sindicato move ação Índice |
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