São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem-teto protestam com ocupações

Sete terrenos em todo país foram ocupados
DANIELA FALCÃO

DANIELA FALCÃO; VICTOR AGOSTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

VICTOR AGOSTINHO
O MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia) ocupou ontem sete terrenos em todo o país e paralisou a BR-060 (que liga Brasília à Goiânia), durante 30 minutos, em protesto contra a falta de política para os sem-teto.
As manifestações coincidiram com a abertura da Habitat 2. Ontem, foi instituído pelo MNLM o "Dia Nacional de Luta pela Moradia e pela Reforma Urbana".
As invasões, segundo Julia Ester Castro, da Executiva Nacional do MNLM, chamam a atenção do governo para o problema.
Foram invadidas áreas urbanas em Plácito de Castro (AC), Porto Velho (RO), Maceió (AL), Aracaju (SE), Goiânia (GO), Vitória (ES), Santa Luzia (MG) e Volta Redonda (RJ).
Até o dia 13, quando termina a conferência da ONU, o MNLM pretende invadir mais terrenos.
Algumas áreas foram desocupadas logo após o protesto. Outras, como Goiânia, só depois de a polícia ter sido acionada.
"Queremos que o governo assuma, com ações concretas, o direito à moradia como fundamental", disse Julia Ester.
O MNLM quer a criação do Fundo Nacional de Moradia Popular e que seja votado na Câmara Federal o Estatuto da Cidade.
O Estatuto da Cidade, que prevê a elaboração de planos diretores para os municípios brasileiros, já foi votado no Senado.
Cerca de 50 sem-teto utilizaram pneus, troncos de árvore e pedaços de ferro para interromper a rodovia. Protestavam contra a falta de participação popular no Plano Nacional de Ação.
Os motoristas receberam folhetos em que os manifestantes se diziam "envergonhados" com o Congresso Nacional, Poder Judiciário e governo federal. Julia considera "omissa, sem políticas a curto prazo", o Plano Nacional de Ação levado à Habitat 2.

Texto Anterior: Sem-teto protestam com invasões
Próximo Texto: Tour mostra 'outro lado' de Istambul em 5 horas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.