São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996 |
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Nancy Boy, novo hype norte-americano, ressuscita o glam rock
EVA JOORY
Leitch, o vocalista, é filho do popstar e ícone hippie dos anos 60 Donovan e irmão da atriz Ione Skye. Outro descendente da geração hippie é o guitarrista Jason Nesmith, filho do também guitarrista Michael Nesmith, da célebre banda Monkees. Com uma formação e raízes vindas dos anos 60, o Nancy Boy criou um estilo similar ao que faziam os New York Dolls e o T. Rex de Marc Bolan, no início dos 70. Era a década do glam rock, do look efeminado (camp) e da sonoridade dos anos 50, que privilegiava um som "trashy" e guitarras barulhentas. Mas o Nancy Boy impôs características mais próprias. Seu som é mais atual: é meio cru, meio funk, meio futurista. Mistura melancolia à teatralidade nos vocais. O CD "Nancy Boy" foi produzido por Shel Tamy, lendário produtor dos anos 60, responsável por bandas como The Who, The Kinks e até The Damned (da era punk). Leitch explica que, quando começou a compor, no início dos anos 90, estava de "saco cheio" do grunge e da miséria exposta pelo som de Seattle. Ele então se livrou do cultuado conceito de grunge e apostou num estilo bem visual, mais "camp" e mais elegante, elemento que trouxe do mundo da moda. Na abertura, com "Deep Sleep Motel", se nota a originalidade da banda. A voz de Leitch é singular, mesmo se às vezes lembra David Bowie na fase Ziggy Stardust. O trabalho do Nancy Boy é sofisticado. Tem bom humor ("Johnny Chrome & Silver" e a balada orquestrada "Sometimes"), com melodia e letras impecáveis. Disco: Nancy Boy Lançamento: Wea Preço: R$ 20 Texto Anterior: Casa cor comemora 10 anos com megaexposição em SP Próximo Texto: Aimee Mann surpreende em "I'm with Stupid" Índice |
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