São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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Egito e Síria dizem estar pessimistas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, e o presidente sírio, Hafez al Assad, disseram que não estavam otimistas com a paz no Oriente Médio após cúpula para discutir a eleição do líder direitista Binyamin Netanyahu em Israel.
Mas o premiê eleito afirmou já ter marcado um encontro "em breve" com os líderes do Egito e da Jordânia para discutir a paz.
Netanyahu, 46, disse que tinha falado com Mubarak e com o rei Hussein (Jordânia) por telefone. "Nós concordamos em nos encontrar depois de o governo israelense ser formado", disse.
Os dois países já assinaram acordos de paz com Israel e são aliados dos israelenses na política externa.
Apesar de ter concordado em se encontrar com Netanyahu, Mubarak criticou o discurso de vitória do líder do Likud (direita).
"As declarações feitas ontem (anteontem) não nos fazem otimistas, mas estimamos que é prudente esperar para ver qual será a verdadeira política do novo governo israelense."
Síria
O presidente Assad seguiu no mesmo tom, afirmando que as perspectivas para a paz no Oriente Médio "não estavam indo em uma direção positiva".
Sobre a possibilidade da retomada das negociações sobre as colinas do Golã (região síria que Israel ocupa desde 1967), ele disse: "Ainda não discutimos o assunto, porque temos de entender corretamente a posição deles. Vamos investigar mais, e inicialmente não tenho nenhuma sensação de que os acontecimentos estejam indo na direção positiva".
Autoridades sírias também criticaram ontem o discurso de Netanyahu por não ter mencionado os sírios ou a disposição de Israel se retirar de terras árabes.
Durante a campanha, "Bibi" Netanyahu disse que pretendia buscar a paz com a Síria sem devolver as colinas do Golã. Os sírios consideram a devolução do território essencial para assinar um acordo de paz com Israel.
Influência dos EUA
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Martin Indyk, disse ontem que trabalharia com o governo Netanyahu para que ele cumprisse as suas promessas com os palestinos.
Indyk citou especificamente o caso de Hebron, cidade da Cisjordânia que já deveria ter sido entregue em março. A retirada dos soldados israelenses da cidade, onde vivem 120 mil palestinos, foi adiada por causa de uma onda de atentados suicidas ocorrida em território israelense.
Segundo determinação aprovada anteontem pelo governo do atual premiê, Shimon Peres (derrotado na eleição), a decisão sobre a retirada dos soldados da cidade onde vivem 52 famílias de colonos judeus vai ser tomada somente pelo governo Netanyahu.
O líder direitista havia dito durante a campanha que não tiraria os soldados da cidade.

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