São Paulo, quinta-feira, 6 de junho de 1996 |
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Nacional se beneficiou de capital fictício CARI RODRIGUES CARI RODRIGUES; GUSTAVO PATÚ
O Banco Nacional distribuiu a seus acionistas, entre 1990 e 95, R$ 161,3 milhões em dividendos baseados em lucros inexistentes. É o que afirma o relatório preliminar de comissão de inquérito criada pelo BC (Banco Central), obtido pela Folha. Os advogados da família Magalhães Pinto, ex-controladora do Nacional, afirmam, com base no mesmo relatório, que o dinheiro recebido foi reinvestido no banco. No mesmo período, o Nacional aumentou seu capital em R$ 363,6 milhões. Admitindo-se como correta a argumentação, a capitalização do Nacional contou com dinheiro gerado artificialmente. Auditores do BC relacionaram os 25 administradores do Nacional no período e os principais acionistas, beneficiários dos dividendos. Há nove coincidências de nomes nas duas listas. Em ambas as relações está Ana Lúcia Catão de Magalhães Pinto, nora do presidente Fernando Henrique Cardoso. Os demais Magalhães Pinto (Marcos, Fernando e Eduardo) figuram entre os administradores-acionistas, assim como Clarimundo Sant'Anna -tido como mentor das fraudes. O relatório, de 12.884 páginas, diz que desde 90 os lucros apontados pelo Nacional se baseavam em uma rede de 652 empréstimos fictícios criada em 87. A fraude soma R$ 5,367 bilhões -94% desse valor gerado nos últimos seis anos. O rombo patrimonial do Nacional chegou a R$ 6,734 bilhões. A comissão de inquérito cita bancos suspeitos de serem sócios do Nacional em remessas irregulares de dinheiro ao exterior, como Icatu, BBA, Garantia e ING. O relatório põe em xeque o BC. Sob as vistas da fiscalização, a relação das operações de crédito com o patrimônio passou de 289%, em 87, para 655% em 95. O Nacional recebeu R$ 5,9 bilhões do Proer (programa oficial de socorro aos bancos). LEIA MAIS sobre o caso Nacional à pág. 1-8 Texto Anterior: Tese de Dornbusch é explorada na CNN Próximo Texto: As irregularidades Índice |
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