São Paulo, quinta-feira, 6 de junho de 1996 |
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Mendigos são retirados para maratona
MALU GASPAR
"Três homens vieram aqui com armas e queimaram nossas coisas. Nos disseram para sair até domingo", disse Michele Belizoti, 18, que foi da Helvétia para baixo no Minhocão, no largo Santa Cecília. O administrador regional da Sé, Victor David, confirmou que mandou limpar a rua, mas disse não ter orientado a retirada nem qualquer tipo de ação violenta. Para David, a saída dos mendigos às vésperas da maratona é "uma coincidência". Nas ruas próximas, ainda há mendigos. Na semana passada, a rua Helvétia foi recapeada. David disse que o serviço estava previsto, mas foi adiantado para melhorar o trajeto. "Se está no percurso da maratona, lógico que vamos ver o que há de errado para corrigir", disse. Em 1995, a prefeitura contratou a Rede Globo para organizar e transmitir a maratona por R$ 1,2 milhão, sem licitação pública. Por isso, uma liminar suspendeu o evento até o julgamento de uma ação. A decisão da Justiça ainda não saiu, o que impede a prefeitura de fazer a maratona. A prefeitura diz que quem faz o evento neste ano é a empresa Koch Tavares, mas tem feito serviços para o evento, como poda de árvores e reparos nas ruas. Enfermeiros Na semana passada, enfermeiros municipais foram convocados para a maratona, mas a Secretaria dos Esportes desistiu diante da repercussão do caso. Segundo o secretário dos Esportes, Ivo Carotini, a Koch Tavares deve contratar uma empresa para o atendimento de emergência. Na semana passada, as árvores da avenida Sumaré foram podadas, e a grama, cortada. Jordelino Xavier, funcionário da empresa Monte Azul, que presta serviços à regional da Lapa, disse que a maratona fez com que o serviço fosse antecipado. Na avenida Jaguaré, Waldomiro Nunes, da empresa Nat Natura, confirmou estar plantando árvores por causa da maratona. Os administradores regionais da Lapa e de Pinheiros negaram que os serviços tivessem sido encomendados para o evento. O percurso da Maratona, que no ano passado incluía as principais obras da gestão Maluf, foi preservado quase inteiramente, com uma exceção: a partida, antes na av. Rio Branco, agora será na praça Charles Miller, onde em março foi inaugurado um "piscinão". Texto Anterior: Maluf é proibido de usar trevo vermelho Próximo Texto: AR nega a remoção Índice |
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