São Paulo, quinta-feira, 6 de junho de 1996
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Planos prometem reestudar reajuste

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

Parte das empresas de planos de saúde fará novos estudos de custos para reduzir os percentuais de aumento das mensalidades.
A promessa foi feita ontem ao secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Bolivar Moura Rocha.
As empresas vinham defendendo aumentos de 26% a 32%, com base em levantamento feito há seis meses, a partir de estimativas para o período de 12 meses encerrados em março. Algumas chegaram a aumentar bem mais que isso.
"Vamos fazer uma pesquisa para verificar qual é a realidade dos nossos custos no momento atual", disse o consultor jurídico da Abramge (Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo), Dagoberto Lima.
"O levantamento vai ser feito nas cidades onde são apurados os índices do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)", disse o representante da Abramge.
Lima afirmou ainda que não há prazo para o estudo ficar pronto, mas se declarou "otimista" em encontrar uma solução negociada.
Sem ação na Justiça
O representante da Abramge descartou entrar, nesse momento, com qualquer medida judicial contra os limites de reajustes impostos pela SDE (Secretaria de Direito Econômico).
"O momento é de negociação. Temos 120 dias para decidir se entramos com um mandado de segurança", afirmou. A Abramge deve se reunir na segunda-feira com representantes da SDE.
Um despacho da SDE, publicado anteontem, suspendeu os reajustes aplicados pelos planos de saúde a partir de abril e fixou a inflação dos últimos 12 meses como limite provisório para os aumentos.
A Fazenda ficou encarregada de calcular os índices que serão aplicados em cada segmento do mercado de saúde.
Além da Abramge, Bolivar também se reuniu ontem com representantes da Golden Cross e da Unimed.
Recuo
Em São Paulo, o Centro Trasmontano suspendeu até segunda-feria o pagamento de mensalidades com reajuste, por determinação da SDE e depois de enfrentar um protesto de usuários (leia texto abaixo).
O inspetor-geral da regional paulista da SDE, Paulo Cremonesi, esteve reunido com a diretoria do Trasmontano ontem à tarde.
Na segunda-feira, a diretoria da Trasmontano vai se reunir para rever os reajustes. Alguns deles superam 500%.
Quem já pagou as mensalidades reajustadas terá a diferença devolvida, disse Vasco de Frias Monteiro, presidente do Trasmontano.
A diretoria do Trasmontano entregou uma planilha de custos a Cremonesi. A SDE vai avaliar a planilha na próxima semana.
Segundo Monteiro, o que houve foi uma "equalização" nos benefícios dos associados. A empresa fez uma classificação em seis faixas etárias. De acordo com essa divisão, seriam cobrados valores fixos em cada uma das faixas.

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