São Paulo, sexta-feira, 7 de junho de 1996
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Parente denuncia documento

DA SUCURSAL DO RIO

Almiro Evangelista de Santana, 66, afirmou ontem, em depoimento à delegada Sônia Bello, que a direção da Santa Genoveva estaria forçando os parentes dos pacientes a assinar um documento dizendo que o tratamento oferecido pela clínica era eficiente.
Segundo Santana, no último domingo, quando chegou à clínica para visitar sua mulher, Analieta Bispo de Santana, 66, uma enfermeira pediu-lhe para procurar um dos médicos da clínica.
Esse médico, cujo primeiro nome seria Paulo, teria lhe mostrado o documento e pedido que o assinasse. Analieta foi uma das três pacientes mortas ontem.
"Eu disse a ele que não ia assinar, porque bem tratada a minha mulher só estava sendo havia três dias, depois que começaram a aparecer notícias nos jornais e na televisão. A força superior que nos rege é a nossa consciência", disse.
Segundo Santana, ele chegou a ver sua mulher coberta de formigas na clínica. Ela estava internada devido a uma crise provocada pelo quinto derrame cerebral.
Santana afirma que, embora não tenha assinado o documento, parentes de outros pacientes o fizeram. "Sabe como é que é. São pessoas intelectualmente indefesas e acabaram enroladas por eles."
Ele diz que os donos da clínica estariam tentando mostrar à Justiça e à opinião pública que as denúncias de maus-tratos e falta de higiene eram infundadas. Procurada pela Folha, a direção da clínica não respondeu aos telefonemas.

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