São Paulo, sexta-feira, 7 de junho de 1996
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Chávez

WILSON BALDINI JR.

Muitas críticas são lançadas sobre Mike Tyson desde o início de sua carreira. "Ele não tem estilo". "Luta feio, sem técnica". "Não sabe boxear". Com certeza, Cus D'Amato (onde quer que ele esteja) tampa os ouvidos.
Como menosprezar a combinação "gancho no fígado ou no baço, seguido do "upper" de direita ou esquerda? Ou então o cruzado de esquerda? As esquivas sempre perfeitas proporcionando ótimos contra-ataques? Bom, poderíamos usar todo o papel disponível para relacionar as qualidades técnicas de Tyson.
Mas a maior crítica ao campeão dos pesos-pesados é a de que não sabe "jabear", como fazia tão bem Muhammad Ali. Pois como um homem de 1,81 m pode disputar distância de braço contra gigantes de 1,95 m? Impossível! Seu rosto viraria uma massa de tomate.
Então o que faz Tyson. Luta fechado e parte para encurtar a distância, lutando no corpo-a-corpo.
Pois bem, mais um supercampeão pode ser bastante criticado depois do combate desta noite. O mexicano Julio Cesar Chávez, com menos de 1,70 m de altura, vai usar esta mesma tática diante do gigante -1,80 m- (para a categoria) Oscar De La Hoya.
Chávez aposta na força de sua pegada e na resistência de seu queixo, apesar dos rumores de que esteja envolvido com drogas.
La Hoya, dez anos mais jovem (23 contra 33 anos), não deverá partir para a troca de golpes com Chávez, porque sabe da grande variedade de golpes de "J.C.Superstar" e também não confia muito na sua resistência aos golpes. Desta vez, seu ótimo jogo de pernas será usado para as laterais e para trás.
Desde já não vamos criticar a "maneira feia" com a qual Chávez deve lutar hoje. La Hoya é fantástico, mas, por respeito aos mais velhos, a torcida é para Chávez. E sem críticas.

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