São Paulo, sexta-feira, 7 de junho de 1996
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Copa e cozinha

JUCA KFOURI

Para quem, como o técnico Luiz Felipe Scolari, do Grêmio, sonha em ter no seu time o zagueiro Andrei, para bater as faltas de longe, e Marcelinho, para as de perto, o sofrimento deve ter sido enorme na pálida vitória diante do América de Cáli.
Os colombianos cansaram de fazer faltas nas imediações da área e só uma, com a colaboração do goleiro, foi convertida por Goiano.
Que no jogo de volta reapareça o futebol tricolor, estranhamente ausente num ainda mais estranhamente vazio -apenas 22 mil torcedores- estádio Olímpico.
Se foi a derrota para o Palmeiras que fez mal ao aparentemente estressado estado de espírito gaúcho, melhor nem jogar hoje com o time titular e se concentrar somente no América, na América, na Taça Libertadores da América.
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Já o Cruzeiro e sua gente -85 mil pessoas no Mineirão- cumpriram na perfeição a tarefa que lhes cabia na Copa do Brasil. Só faltou o gol, que os mineiros mereceram marcar, para completar a festa diante de um alquebrado Flamengo.
Os planos rubro-negros de voltar a tomar conta do mundo ficam depositados inteiramente no próximo Campeonato Brasileiro.
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Ricardo Teixeira garante que a decisão de fazer a Copa em dois países foi uma decisão de João Havelange.
Ele disse ainda que a medida foi um sinal de evolução, já que seria difícil organizar a competição com 32 participantes em um só país.
Se é verdade, pode-se concluir, então, que todas as Copas daqui por diante terão mais de uma sede. Mesmo que em oposição frontal ao que afirmou o secretário-geral da Fifa, Joseph Blatter, homem de confiança de Havelange: "A decisão de fazer a Copa no Japão e na Coréia do Sul não abre precedente algum". Entre o secretário e o genro de Havelange, você decide em quem acreditar.
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Teme-se no Japão uma onda de desencantamento com o futebol. Os japoneses estão associando futebol a trapaça, convencidos de que a Coréia do Sul não teria condição de abrigar a Copa sozinha e de que os europeus quiseram apenas fazer Havelange se curvar. Os europeus chegaram até a ameaçar que não participariam da Copa de 2002 se não fossem atendidos.
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Será que teremos em 2006 uma Copa no Mercosul?

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